Rogéli Oliveira

Baunilha
Me fere palavra sem encanto
a teu respeito,
Me encanta teus dizeres
fartos de palavras.
Cara a fala que outrora lança
te refez e feito, brotou homem
e coração criança.
Não negues a doçura
Nem te envergonhas,
Privando alma qualquer
da tua companhia,
Tampouco ofusca a luz,
delicadeza rara
da flor a agonia.
Ou entrega especiarias,
suavidade e sabor,
O teu viver que é largo,
Na orquídea o odor.
Não importa a dor, quê dirá o espinho
Se és um pedaço bom
de mau caminho.
R.M.O Pelo caminho um pedaço.
Menção a: quem deve saber, sabe.

Aconteceu você!
Veio chuva pra mim
Mansa tempestade
Logro sem fim,
Puro, sem maldade.
Aconteceu de ser comigo!
Tépida, louca, sem sentido,
Ensimesmada, sem alinho
Alma caída, sem espeque,
Agora Mãe, desse moleque.
E foi esse nosso encontro
Eu combustão, você esteio,
Leito de rio, meu epicentro,
Silenciar meu devaneio.
E no decurso desse ligame
Qual tal eu a tutelar
Tornei me agora o próprio estame
Sem nó, tear que emane,
Na matéria de saber amar.
Acontece que agora a vida,
Temperos, flores, sorrisos, feridas,
Nos devota amizade e amor
Hoje e sempre por onde for.
R.M.O Aconteceu você.
Menção: Filho amado.

Mostra teu sorriso
Solto,
Sem alarde
Livre
Sem grade.
Tempera teu caminho
Verdade,
Sem destino
Paixão
Em desatino.
Apura teu sabor
Paragem,
Quê sustenta
Tipo comum
De pimenta.
Rumo incerto
Encontros, despedidas.
Direção exata:
Amor pela vida!!!
R.M.O.
Sem grades.
Menção a: Liberdade de viver e dos dentes (rs).
09.08.2016

(Hoje sou quem ) eu queria ser,
Um tanto do passado, presente no que sou.
Uma parte presente, no que não deu pra ser.
Um monte supera os enganos
Um pedaço reservado para os planos
Sou batel seguindo sem prumo
Procurando rumo, sem nada dizer.
Desenho trajetos, lidero meu curso
Querendo verdades sem aceitar emplastros
Pondero maneiras sem tolerar atalhos.
Não me espera vida!!! Tô indo na frente
Meu “sui generis” tá pagando pra ver.
R.M.O Adia ante a vida, adiante vida!!
Menção: O ser impresso em mim.

Não mente pra vida!
Que a morte é certa.
Lute, reflita, se liberta!
Não meça o caminho,
Vá em frente, percorra,
Haja flores ou espinho!
Há quem fale de facilidade,
O que importa
Siga sem maldade!
Há quem diga: desista!
Põe o fone, não ouça
Insista!
A parte que importa
É seu o relato,
Que a vida é apenas
Um autorretrato.

O que dizer se o caminho é longo
Ao mesmo tempo estreito, sujeito
Percalços, enganos e uma vida
Amarras, aprendizados e cinesia.
Querer mais, quando se pôde
Esperar além, permissão,
E ver passar a história,
Perder a existência.
Pra além do tempo, renego o cômodo;
Internamente, ultrajo o trivial;
Quero a vida, e seus embrulhos;
Sem demãos.
Rude, cega, parceira;
Vezes farta, nem tanto
Feitas acertos, saudades;
Quem sabe
Se quiser impor, argumente!
De qualquer guisa, superar;
Que a barreira que te cega,
É a mesma que pretendo transpor!
Das almas, dos medos e inquietações
Ao som de Alabama Shakes – 19.3.17
R.M.O