Sobreviver com a saudade e que me visita todos os dias.
Sobreviver com o pouco, ver te ei virtualmente.
Terei a dor e estarei sempre com você.
Te vejo numa noite ou numa lua breve.
vejo a como sempre a ví.
Vou e volto não esqueço de tí.
Lavei as louças
enxuguei as, deixei as só, secando.
Coloquei a roupa na máquina
Estendi as suavemente.
Fui ao supermercado
compartilhei da loucura dos olhares turvos.
Almoçamos, rapidamente,
estressamo nos.
Fomos andar de bicicleta.
meu amor
mesmo que os tempos sombrios
digam que não
que intermináveis dores desta pífia vida, gritem um não
é e será
por todo o parco tempo
de um corpo que se esvai
insano e deletério o meu amor insano.
falar do amor
como!
correspondido, platônico
o esboçado, retratado no dia da noite no dia a dia.
Amor
estilhaçado, amordaçado, complacente.
o que é este pequeníssimo verbo
amor é apenas para os que sentem.
Vou pegar o último trem
mas aqui não tem mais maria fumaça
só na língua, mesmo assim
é uma língua que querem matar
&
enterrar entre o que restou dos mourões carcomidos
ferros retorcidos
eis ai
toda nossa dor lusitana.
Depois de esperar uma eternidade
fumar alguns cigarros
observar calmamente a fumaça dissipar se
esperar a chuva passar
desviar o olhar
tentar lhe esquecer e provar o quanto sou durão.
Quero você para mim.
um homem cético
só
alimenta se da sórdida solidão
disfarçando este seu tanto de querer viver
só
lamenta sozinho o todo que se lhe aprisiona.
Caminho vivo
olhares agudos, sombras e raios fosforescentes
é o melhor ir sob raios, trovoadas e impropérios
o que me restou, andar e sonhar.
Hoje me apetece, me aquece, me adormece.
Não reclamo, mesmo que me esqueça em qualquer rua de nossas vidas.