Sabe quando nada no mundo é capaz de te fazer feliz Quando você sai por aí distribuindo sorrisos, mesmo sabendo que não tem motivos pra isso, pelo contrário, queria chorar, se desmanchar em lágrimas amargas que inundam a alma, sabe Quando o amor lhe vira as costas e o relógio corre contra você.
Quando tudo está perdido e nem mesmo uma taça de vinho é capaz de fazer companhia.
Naqueles dias ensolarados, com a cortina do quarto fechada e um travesseiro em cima do rosto pra deixar o sono mais escuro, como se aquilo fosse resolver todos os problemas do mundo.
Eu paro e me pergunto o que é isso.
Perco horas pensando, tentando decifrar o que se passa dentro de mim.
Mas nada parece esclarecer tamanho vazio.
É como se nada mais me despertasse emoções, é como se a vida já não me sorrisse mais.
Tudo se perdeu.
Tantos amores, amigos, risos, e aquela felicidade que só ficou na promessa.
O vento bate na porta, não sinto mais frio, nem medo.
As sombras enchem o meu ser, e eu não ligo, sou indiferente.
Morro aos poucos, existo num mundo ao qual não mais pertenço, e essa sensação de vazio incompreensível aumenta mais e mais, e me sufoca.
Minhas lágrimas transbordam e a vida, perdida, vai ficando pra trás.
Nada me traz de volta a vontade de sorrir, nada me faz sentir a vida novamente.
Não estou mais aqui.
Sentado, no vazio da minha alma, me deparo com lembranças, doces, amargas, mas há algo diferente, pois não sinto mais a doçura dos momentos alegres, e não consigo me frustrar relembrando passagens tristes da minha existência; mais uma vez me encontro indiferente à minha essência.
Passo por cima de tudo.
Passo por cima de todos.
Quero pedir socorro, mas eu, eu não consigo.
Eu quero correr, fugir disso, mas estou paralisado, e não é por medo, não é por hesitação, é por não conseguir, não tenho mais forças pra sofrer.
Eu quero viver, mas isso é sinônimo de sofrimento, e francamente, eu não posso mais.
Foi o sofrimento vital que me trouxe até aqui, e no fundo desse poço eu não encontro forças pra realicerçar a minha vida.
Eu queria sorrir com vontade, não por obrigação, como faço.
Queria ter um abraço caloroso, um olhar franco, mas ultimamente tudo em mim tem sido volúvel e superficial.
Eu disse “te amo” e dei um beijo na testa de quem não merecia.
Demonstrei meus sentimentos a quem não reparava e me importei com quem só me tinha como uma opção.
Foi isso que me destruiu.
Eu queria concertar, mas não há mais tempo.
Queria ter força pra reconstruir tudo, mas tenho certeza de que não posso mais.
Passei por tanta ingratidão e tanto desamor, estou curtido disso tudo, e não quero passar novamente por tantos excessos.
Minha vida se esvaiu aos pouquinhos, e eu deixei que isso acontecesse.
Fui relapso com o meu ego, deixei que ele se dilapidasse.
E agora, bem, agora eu vou fechar os olhos, e deixar que o mundo se exploda sozinho.
Pode ser que assim as coisas parem de ser responsabilidade minha.