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Pablo de Paula Bravin

A meiguice da fada reluzente
Um leve sopro sai de dentro dela, produzindo inúmeras estrelas aos meus olhos, umas mais reluzentes, outras ofuscadas, me levando a outra dimensão
Com suas lágrimas tenho o poder de pintar o universo de vermelho, de esverdear as estrelas e de descolorir o mar, mas, o maior dos poderes eu não tenho, o de pintar o coração dela com a minha face
Encantei me ao encontrar a flor mais perfeita, ao contemplar o som pacífico que vem dos oceanos e ao sentir o calor do sol, mas, nenhum desses encantamentos é mais encantador do que a doce presença dela
Meu sentimento por ela é semelhante ao fogo inextinguível e nem mesmo o maior dos dilúvios poderia apagar, pois, quem poderia esquecer um sorriso tão resplandecente, asas tão macias e flamejantes e mãos tão suaves, contendo em si mesmas a ternura da fada mais bela dos bosques floridos
E a que compararei sua face, voz e olhos A primeira é semelhante ao balançar das flores do jardim causada pelo vento que sopra sem cessar, a segunda é semelhante ao som sereno de uma harpa afinadíssima tocada pelo anjo mais apaixonado que habita além do terceiro céu e o terceiro é semelhante ao brilho de todos os vagalumes do mundo juntos, na noite mais especial de todas as noites especiais
Ao me lembrar dessas coisas mergulho em um profundo silêncio, somente para ouvir os sinos da esperança, cantados silenciosamente pelas badaladas do coração daquela que tem dentro dela a essência da minha felicidade.

Campeonato sem vencedor
As criaturas que caminham por essa esfera terrestre são apaixonadas pela superficialidade e constantemente apreciam apoiar intuitivamente, a ignorância provida por falsos mestres que existem para criar malabarismos verbais e causar sistematicamente a confusão.
Destarte, podemos visualizar algumas ideias nem um pouco assertivas, mas, que são postadas na mente cauterizada de nossos amados semelhantes.
Para exemplificar, cito a questão do amor existente entre um casal a partir do momento que um filho passa a existir no universo de ambos.
Ora, alguns estultos insistem em propagar que o amor existente entre pai e filho, ou mãe e filho é infinitamente superior ao amor existente entre o casal gerador deste pequenino, como se a criança viesse para dividir o matrimônio e, principalmente, para ocupar uma posição maior no coração de seu pai/mãe, em um universo onde as igualdades de sentimentos não podem existir, haja vista, que obrigatoriamente alguém PRECISA GANHAR, e para isso, obviamente, alguém PRECISA PERDER.
Sendo assim, é uma utopia pensarmos em um nível de amor igual entre os referidos seres por conta de verificarmos a existência do egoísmo exacerbado da nossa sociedade, que age como se as pessoas mais importantes da nossa vida fossem passíveis de julgamentos qualitativos embasados no raio de importância que cada um tem de acordo com seu papel existencial estrelado em vida.
Portanto, podemos concluir que para essas pessoas, a família deve ser unificada, mas com uma ressalva: é necessário que se crie uma tabela didática (ou subliminar) para a demonstração dos “medalhistas”, que herdarão suas honrarias meritocráticas de prata ou de ouro, ocupando um degrau mais alto ou mais baixo no pódio das premiações de seus entes queridos, em um campeonato familiar criado para quantificar o amor entre tais pessoas.