quando imploro à mente pelas recordações, chega se a mim a alma da saudade que preenche o meu vazio num gesto de bondade
porque a saudade nunca chega a morrer, e apesar de ser grande a vontade de viver, a morte me virá buscar e a vida me há de chorar
abre se a manhã com um arrulhar de rolas,na noite deixei as estrelas e a saudade que crepitava no coração, deixei me de desvarios.
já não me sei, perdi o tempo de saber de mim
porque és saudade ergues te contra o tempo numa harmonia longa, acreditando que a morte é teu único destino
o sentimento saudade é toada batendo na porta do coração e nos deixa melancólicos como a cinza do anoitecer
cheira a mimosas e o aroma cabe me na lembrança e por um fio, o arrepio fica preso, a uma saudade que é continuidade do sonho de sempre
há dias em que cantam cotovias nos meus olhos e voam soltas sobre as searas do meu coração o vôo é a lembrança, o canto é a saudade
a noite abre o baú das lembranças, palpitantes de aromas da infância, colheita de certezas e sonhos.