como sou frágil penso eu, olhando o mar!
cresce o dia e com ele a esperança dum milagre poder amanhã brindar de novo à vida
há dias em que o pensamento parece uma águia permanecendo imóvel, esquecendo que as nuvens estão ao seu alcance
as minhas mãos acariciam na nostalgia das horas lembranças de momentos vividos, já distantes
enquanto a rosa espera por outras primaveras, não encontro caminho para voltar a elas
nada impede a memória de recordar o lugar do desejo, onde encontro as minhas mãos nas tuas
a minha sombra nunca me abandona e única obsessão é que não pretendo fugir dela
lá fora bate irado o vento, e cá dentro meu coração encosta o ouvido às paredes e mal se atreve a bater
Não há nada mais amargo que viver sem sonhar dia a dia é como se os dias já nascessem sem horizontes.