o tempo me toma
embalo sonhos junto ao peito, e por entre eles desdobra se a vida..
prepara se o voo, serei gaivota à espera da maré na praia deserta marcas de saudade
a lealdade e a verdade têm de ser transparentes, tal como os beijos que recebo dos teus lábios porque és a saudade no meu desmesurado coração
das lágrimas com que amei, os meus pulsos de tendões rasgados ditam me que elas foram duras, porque a saudade no amor é lei
apercebo me que o meu tempo é de nostalgia, a vida é um salto enorme se os degraus estiverem ausentes anda o tempo a recolher se e saudade na linha tangente do meu olhar
as palavras chegam me tranquilas, trazem me o sol de cada dia, são luz no caminho que cruzo e onde a saudade floresce
a vida é água que corre pura, agreste, fecunda nos de amor, surpreende nos, arrebata nos lambe nos as lágrimas, enlaça nos, até se despenhar no vazio e, deixar nos à beira do penhasco
sou como a água agreste que corre sem esgotar em busca de abraçar o mar, ou ao encontro dum sonho maior
o vôo breve das folhas efémeras deixam a alma indecisa e as palavras perdidas e no decorrer das horas uma estranha solidão
o vento escancarou a janela e na alma se abrigaram instantes de sol, as palavras se agitam na mente procurando o apoio do coração
O Poeta canta o que lhe vai na alma, oscilando entre a tristeza e a exaltação, porque a vida é feita de fragilidades mas também de sonhos