Naiana Brum

É que você tem uma percepção bonita da vida.
Gostei das cores, dos sons, das canções e das pessoas e das avenidas e das árvores e dos teus jeitos e dos outros plurais que seu mundo deve ter.
Virginiano cheio de calma, com nome do tupi feito o meu.
E é só isso de semelhante.
Mas gostei do resto ser diferente.
Eu gostei tanto que meu mundo vai ficando parecido com o seu também.
Gostei do seu mundo igualzinho gosto do meu.
E toda vez que visito, olho ele mais bonito e mudo alguma coisa de lugar.
É lugar de descanso.
De leveza.
2008 Mercúrio veio bagunçar Vênus diria essa libriana aqui que se encanta com sorriso largo.

Eu sempre tive a preocupação em saber a hora de parar.
Entender quando acaba, quando a piada perde a graça, quando não tem mais leveza.
É engraçado como algumas pessoas insistem em carregar peso morto.
Tem coisa que a gente tem que deixar trás sem ficar se prendendo.

Eu admiro quem me deixa curiosa e a vontade.
Eu admiro humores.

Eu preciso parar de me magoar e de magoar as pessoas, mas isso vicia.
É estranho como nos acostumamos com o que nos faz mal.

O que você acha que sabe sobre mim, é apenas o que você acha que sabe.
Um clichê chato.

“Essa menina é tão boa que não chora por quase nada.
Está sempre por aí com um riso frouxo no rosto semeando paz.
É a alma dela que transborda na superfície, de tão boa, de tão linda”.

Eu admiro quem se expõe
Quem sofre e puxa o cabelo
Admiro quem perde e grita
Quem sente a dor e sabe sentir
Se joga no chão e chora
Faz cena
Admiro quem sabe ser pra fora
Porque eu sofro pra dentro de mim
E é mil vezes pior
Todo dia esse suicídio

Mulher não gosta de dinheiro, quem gosta de dinheiro é homem.
Mulher gosta do que pode comprar com o dinheiro.
Homem gosta da facilidade com que aparece quem possa gastá lo.
Quem capitalizou a mulherada foi o prazer masculino.
Não culpe as interesseiras, afinal, elas não existiriam sem os trouxas.

Uma pessoa feliz de verdade não sai por aí contando.
O feliz de verdade não tem essa necessidade de ficar repetindo o quanto é alegre, sorridente e rodeado de amigos na foto do barzinho.
Ser feliz ocupa tanto o tempo da gente que não deixa espaço pra mais nada.

Preciso que meu coração esteja batendo em harmonia, porque assim eu consigo voar sem tirar os meus pés do chão.

Sou uma curiosa por natureza.
Eu fuço, mexo, vasculho, pesquiso, ouço, toco.
Mas tudo tem um limite e o limite é traiçoeiro, porque é uma linha invisível entre o senso crítico e a personalidade própria, a auto avaliação.
Ouvir porque estão todos ouvindo, pra decidir se eu também gosto.
Não pode ser jamais, fazer porque estão todos fazendo.
Sem justificativa nenhuma.
Sem um pouco de mim naquilo.
Tem coisas que eu sei que não devo fazer mesmo que outros façam.
São caretices minha mesmo, porque as pessoas tem esse conceito errado de que pra viver é preciso se gastar.
Não vejo onde isso é viver, mas enfim que as experiências dos outros nos sirvam de exemplos e que nem toda prática nos leve a perfeição.

Pecado é dar migalhas de amor.

Talvez engenharia não soe tão poético quanto música, arte ou teatro.
Nem tão heroico quanto medicina.
Mas eu enxergo uma imensa beleza no criar.
E sendo feita a imagem e semelhança do criador do universo, eu tenho isso dentro de mim, que transcende um amor por construir.
Afinal, a vida é uma obra infinita, mas ta tudo certo, eu sou engenheira.

É que eu gasto muita energia tentando equilibrar o desequilíbrio natural das coisas.

Esse negócio de liberdade de expressão, é uma uma piada.
Paga se muito caro por tudo o que se diz.