A vida afetiva é a única que vale a pena.
A outra apenas serve para organizar na consciência o processo da inutilidade de tudo.
Ter um destino é não caber no berço onde o corpo nasceu, é transpor as fronteiras uma a uma e morrer sem nenhuma.
Agora, o remédio é partir discretamente, sem palavras, sem lágrimas, sem gestos.
De que servem lamentos e protestos, contra o destino
Tenho a impressão de que certas pessoas, se soubessem exatamente o que são e o que valem na verdade, endoideciam.
De que, se no intervalo da embófia e da importância pudessem descer ao fundo do poço e ver a pobreza franciscana que lá vai, pediam a Deus que as metesse pela terra dentro.
Vou tentar ser bom marido, cumpridor.
Mas quero que saibas, enquanto é tempo, que em todas as circunstâncias te troco por um verso.
É escusado: não há, de facto, progresso moral.
Eu arda, se este meu amigo, sob o ponto de vista do respeito que se deve ao semelhante como homem, não está exactamente ao nível do mais reles e sinistro habitante das cavernas!
Viajar, num sentido profundo, é morrer.
É deixar de ser manjerico à janela do seu quarto e desfazer se em espanto, em desilusão, em saudade, em cansaço, em movimento, pelo mundo além.