( ) Lembrei me daquelas mãos quentes, delicadas e atentas, inclinadas sobre as minhas mãos.
Do toque daquela pele.
Aquele toque tão agradável e demorado sobre mim.
Sempre que me toca é como se todos os meus sentidos ficassem embriagados.
E lá estou eu envolvida numa espécie de volúpia e luxúria.
E lá estou eu com o ritmo cardíaco em aceleração constante.
Voltei a lembrar me, desta vez das minhas mãos em estado de desejo absoluto em busca do contacto com aquela pele.
A exuberância ansiosa e impaciente que sustentam todos os nossos momentos.
A urgência excessiva de nos sentirmos, sem pensarmos em absolutamente mais nada.
Um corpo de encontro ao meu, destilado, consumido, arrebatado, a querer me toda, tudo de mim consumir me toda.
Não me lembrei só hoje.
Mas hoje foi diferente.
Este silêncio tão único imobilizou me, mas não me assombrou, muito pelo contrário na verdade fez me bem fechar os olhos e voltar a sentir os sentidos como que embriagados.
( )