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Marcio Funghi de Salles Barbosa

SARAU, UM RETORNO À COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVO/DIVERTIDA
Minha família precisou viajar.
Fiquei comigo me fazendo companhia e resolvi contar lhes o renascimento de uma idéia boa.
Em tempos anteriores ao meu surgimento no Planeta Terra, as famílias tinham o hábito de se reunir pelo menos uma vez por semana, para baterem papo, trocar idéias, se divertirem, às vezes até saboreando petiscos deliciosos.
Desta confraternização muitos pais e indivíduos sem ainda um casamento tiravam informações preciosas, aprendizados úteis para o resto da vida.
Estas reuniões, chamadas de Saraus, englobavam manifestações artísticas de seus freqüentadores, onde muitas vezes surgia um músico, um poeta, um filósofo, um revelador da lógica obscura para alguns, uma orientação de medicina preventiva, como o “gargarejo da vovó”, infalível para a cura de oro faringites e amidalites crônicas.
Consistia em adicionar a meio copo de água, uma colher de chá de sal e oito a dez gotas de tintura de iodo, conforme a gravidade.
Fazendo dois gargarejos por dia, cedo e à noite, a boa velhinha curava todo mundo, não sem antes indicar um teste, que mais parecia uma simpatia: “após feita a solução, molhe um dedo limpo nela, esfregue da parte de dentro do braço e aguarde 3 minutos; se pinicar, não use”.
Mal sabia ela que estava inventando a alergia, só conhecida como assadura ou “perebas” depois do uso de comidas, certas roupas e contato com determinados produtos.
Bons tempos aqueles, onde mesmo sem os recursos “modernos” da ciência, buscava se a fraternidade.
Até os erros ambientais eram contados em filmes, romances, como momentos de ternura.
Mas nem tudo está perdido.
Há 8 anos reintroduzi no meu ciclo de amizades, aos poucos, sem dizer nada sobre a mineirice que me domina, o sarau.
De início com reuniões de jantares prosaicos, depois aulas de dança de salão, aos poucos causos e piadas sadias, para finalmente entrar com outras artes, como a poesia, o canto, a música instrumental.
E sabem que a acolhida está tão boa, que estão até me pagando cachê, para fazer o sarau em casas noturnas, onde antes só imperava o “tu chis tum” A moçada vibra, descobre Drumonnd, Meireles, até as paródias sobre os Lusíadas e algumas músicas.
Estão começando a curtir o dançar de rostinho colado
Melhor que “ficar”, como moderna ação.
É o que sempre digo: “Êta mundão veio sem porteira”.
É o que eu já disse: “Viver, porque viver é valorizar o valor da vida! ”.
Inté mais.
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"BRAINSTORMING" Pensamento Criativo
Há 16 anos fomos convidados por um cliente nosso, para promover uma melhoria na comunicação de sua empresa.
Julgava a truncada, o pessoal desmotivado e as respostas que obtinha eram todas muito formais, insatisfatórias.
A empresa parecia estar bem, segundo ele, mas ele não estava confortável.
Iniciado o diagnóstico, que como na psiquiatria, começa com a queixa principal, ouve se a história empresarial, começando dos funcionários antigos, até os estagiários, pudemos identificar alguns travadores de línguas, que depois percebemos serem pessoas muito responsáveis, mas tensas e que exerciam um patrulhamento grande, com medo de que a situação empresarial escapasse de seus controles.
Vimos gente contratada para seguir ordens e não para criar idéias.
Como já vínhamos praticando com vários grupos e empresas o "Brainstorming", resolvemos misturar pessoas sorteadas de diversos departamentos, para proporem e acharem solução para diversos problemas que identificassem.
A estratégia era não mexer com os cobras criadas e fazê los se envolverem paulatina e sem traumas, da modificação que a empresa precisava.
Discutimos a idéia e obtivemos a aprovação do nosso empresário.
No fundo, o que queríamos testar, era o uso desta ferramenta formidável de criação, onde descontraidamente, fôssemos aprofundando a comunicação.
Um curso rápido de "Brainstorming" foi ministrado, onde abordamos o conceito; porque precisávamos ousar fazer voar à imaginação; discutimos as diferenças existentes entre quociente intelectual e poder de realização (depois exaustivamente discutido pelos re inventores da roda, sob o título de inteligência emocional); mostramos como age a sociedade adaptando o indivíduo; como o perfeccionismo resultante desta adaptação, quando feita errada, criava o medo de errar; mostramos como transformar palmeiras imperiais, de funcionário samambaias, assustados; mostramos os defeitos causados por idéias preconcebidas; discutimos os diversos ambientes de trabalho; exemplificamos como a escola pode atuar sobre a criatividade.
Neste ponto partimos para explicar claramente, como certos fatores, além dos apontados, podem bloquear ou desenvolver a criatividade.
Discutimos como o Método científico age na criação de soluções de problemas, suas facilidades e entraves.
Por fim foi ensinado o "Brainstorming" e a platéia se divertiu, com os primeiros ensaios, livres da crítica prejudicial.
Como é sabido, o método visa tirar do processo criativo, o peso da crítica, até a fase de avaliação final, onde, inclusive, outras ferramentas podem ser usadas, para se estudar a viabilidade de determinada solução proposta.
O gratificante, sentido pelo empresário, foi a descontração do pessoal considerado sisudo, em torno do método.
Ele próprio ria das soluções jocosas propostas, todas elas importantes para a quebra da barreira criativa.
Após o iniciação, agendamos duas reuniões por mês, aos sábados à tarde e, por incrível que pareça, os funcionários se dispuseram a participar dos "Brainstorms", sem cobrar da empresa, nenhuma hora extra.
Esta, por sua vez, resolveu fazer um churrasco com a turma participante, às suas expensas.
Todo mundo vibrou com a idéia e demonstravam ansiedade com o sorteio para participarem do grupo.
As discussões e conclusões, eram registradas em atas simples, distribuída quinzenalmente aos funcionários, que as sorviam.
Em seis meses de reuniões, o ambiente era tão profundamente mudado, que um dos gerentes se abriu inteiramente, demitindo se, por não sentir se competente a integrar a nova era.
Foi ajudado pelo ex patrão a arrumar novo emprego, e abraçado por todos os funcionários, com uma despedida dada a um amigo sincero.
Foi muito bonito e os resultados estão sendo aperfeiçoados até hoje, segundo me contou recentemente o filho do empresário, que está, hoje, à frente de toda a empresa.
Tenho percebido que muitas empresas se mantpém herméticas, denotando a insegurança de quem a administra, crendo que fechada, não terá fantasmas a assombrá la.
Este é um comportamento típico de quem administra no "atacado", esquecendo que no "varejo" as coisas fogem ao seu controle, com gerentes e chefias que mais lembram a Gestalt.
Repito indefinidamente: _ Firma sem problemas é firma falida.
Empresas dinâmicas têm sempre novidades instigantes e preocupantes para serem vencidas.
Crescer é otimizar, planejando a evolução, sem saltos sem rede, analizando os erros e acertos cometidos até então.
Denominamos a isto "otimizar revoluindo", sem medo de errar e usando o Pensamento Criativo ("Brainstorming"), que fornece ferramentas para solucionar e descobrir problemas solucionáveis, com alegria e prazer.
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Márcio Funghi de Salles Barbosa
Psiquiatra, Terapeuta e Consultor
de Relações Públicas nas Empresas
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E 1/2:
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QUE DEUS CONSIGA CONSCIENTIZAR O GLAUCO DE SEU ERRO!
Em nossa lide como psiquiatras temos convivido de forma muito preocupante com os amantes do Daime, em suas 'seitas', a nosso ver já um desequilíbrio mental, mesmo que o escondam sob seitas.
O Daime é um alucinógeno perigoso, que pode despertar delírios e alucinações a partir da primeira dose e o faz com frequencia, levando muitos indivíduos com uma formação de personalidade defeituosa, a se apegar a esta prática, acreditando que o Chá de Daime abre a mente.
Creio que abre sim, para o vício, a dependência.
Mesmo que seu uso se limite a sessões 'religiosas', muitas vezes embusteiras, como comprovei com clientes que compravam garrafões de chá do Daime para uso caseiro constante, em várias doses diárias, vendidos a preços de cocaína ou crack.
Suponhamos que o 'genio' Glauco chegasse a um ponto de crer que sua seita seria a salvação para muitos.
Ele era no mínimo um equivocado sobre o assunto.
Depressivos e com personalidade próxima aos psicóticos são os piores prejudicados com esta prática, que produz dependência, mesmo que utilizada nos rituais 'religiosos', e isto é um crime, permitido por Lei, sem uma avaliação científica, com a mera justificativa de não intervenção, ou liberdade de expressão religiosa.
Quiça influenciada por algum juiz ou político acostumado a estas práticas, não posso afirmar, apenas supor, pois a idiotice escondida por trás deste uso é tão mortal como a de um suicida.
Tenho condições de provar minha acertiva, com uma visita a diversos hospitais psiquiátricos, onde as Stas.
Terezinhas, os Jesus salvadores e os 'perseguidos pela sociedade' já não podem mais ter o convívio social, tal o estrago causado pelo Daime e outros alucinógenos.
Sabemos que um gênio de qualquer arte, como era o caso do meu admirado Glauco, pode ter este fulgor de inteligência, para compensar depressões mal avaliadas e quadros mais graves, que o indivíduo camufla.
Lanço um repto: Quem conseguir provar que minhas afirmativas são falsas ou sensacionalistas, entrem em contato comigo e me rebatam.
Para a Lei só tenho um recado: querem liberar o chá do Daime, pois que liberem as outras drogas e transformemos o mundo num 'paraiso de tresloucados'.
Sem estras drogas graves, incluo o álcool e o tabagismo, já temos uma anarquia e conflito, ou mesmo compactuações com maus policiais de sobra, imagine se abrirmos as porteiras: teremos que nos trancarmos e não sairmos para a violência que se instituirá.
Perdoe me caro Glauco, Perdoe me Raoni e todos os seus, mas voces precisavam de um pouco mais de bom senso e julgamento das realidade.
Tenho um amigo muito radical que fala que se engarrafarmos fezes cujo cheiro possa ser camuflado e anunciarmos como salvação do Universo, em breve teremos ETs vindo buscar a 'solução fantástica'.
Meu apelo urgente: Senhores representantes da Justiça cega, surda e muda, busquem rever seus conceitos.
Nós psiquiatras estamos pondo nossas vidas em risco, diuturnamente, como fez o Glauco.
Acordem! Vejam a Realidade! Discutam o problema com os mestres da Toxicologia e provem que estou certo.
Parem de se enganar.
"Dura lex, sed lex! " Ou já mudou o conceito
Se duvidam, peçam às Tvs, para reapresentarem o enterro do Glauco e vejam quantos indivíduos com aspecto e sinais de usuários, lá velavam o Pai Glauco
Como será a conversa dele com Deus, depois de ter se convencido da burrice que cometeu
Vejo um quadro:Deus triste, dizendo para ele: "Devia ter buscado ajuda, pois seus personagens, embora irreverentes, já estampavam seus pensamentos carentes".
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POR QUÊ (WY )
Pouco tempo depois de ter escrito “O VALOR DA VIDA! ”,
descobrindo que a vida sem conveniências era a mais saudável, percebi o entendimento do por que a sociedade exigia tanto de seus participantes a ponto de obrigar lhes a levar uma vida tão vazia.
Passei a ver pessoas assustadas, como baratas que fogem do inseticida; mudos que apenas fingiam não poder falar; gente que sofria de torcicolo crônico, de tanto balançar a cabeça, concordando com seus donos; homens fingindo serem poderosos; vi mulheres posando de vítimas submissas (que não o são); os jovens querendo fumar, beber, usar drogas, viver como manda o figurino; vi a lógica irracional do por que era preciso comprar o lugar no céu; ter um senhor da fé que os engane dizendo que tem a chave, quando a chave que tem é a do cofre, onde esconde suas pilhagens, para de poderoso, esperto, camuflado de enviado da Sabedoria suprema.
Entendi também por que tudo é envolto em mistérios, tudo tem peso e tudo é contado.
Penso no mundo recalcado, nas pessoas que servem sem sequer se dar conta que são massa de manobra.
Penso nos infelizes políticos que crêem enganar a humanidade, a morrer de câncer ou outra doença grave, para sua autopunição.
Sofro quando vejo a destruição do nosso paraíso, por causa de dinheiro, poder
Aí olho para a vida e sinto vontade de gritar: “Burros, estamos sendo burros ao trocarmos a felicidade por metas, que só servem para tentar causar admiração à nossa pessoa, mesmo sabendo que somos pequenos e que os pequenos é que são maravilhosos”.
Sei que os acomodados me chamarão de burro, que o que estou falando é mais velho que fazer as necessidades de cócoras; que não acrescentei nada.
Precisamos olhar para dentro de nós, nos vermos e nos aceitarmos sem a ditadura da INSEGURANÇA.
Precisamos ao invés do medo, ser espontâneos, olharmos a fundo, enxergando, entendendo que temos livre arbítrio e que nossas buscas podem ser feitas sem medo à crítica, ou ao julgamento dos tacanhos.
Entendamos a ajuda valiosa, num pensamento de Millor Fernandes que abre muitas portas : "A leitura amplia minha ignorância".
Eles querem que trilhemos o caminho das pedras, porque se acharmos outro mais fácil, eles se desesperam
A vida é tão simples, como quando em Minas os ingleses que levando nosso ouro nos inquiram sempre, buscando entender nossa paciência: _Wy A resposta vinha sempre: _ É por que uai, é uai, uai!
Simples, espontâneo.
Como o divino, uai!
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O Valor da Vida
Vivia a vida vazia, devorando lhe vorazmente a vontade.
Viciara em vagabundear.
Vez em vez vinha um vestígio vacilante de vontade de viver.
Viver por viver, para vadiar, vagar sem vicejar.
Voraz, veio o vento imprevisível do vaticínio
Verdugo velhaco
Preferível: virtuoso vaticínio!
Vira a vida, devolve a visão, removendo a viseira da vida semi vivida.
Viva, à vida!
Viver sem vínculos de conveniência!
Viver para viver as vintequatrohoras da vida, bemvividas!
Viver com volúpia cada virada da vida!
Viver, visto que viver, é versejar
O Valor da Vida
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Márcio Funghi de Salles Barbosa – www.revistaconsigo.com
Desejo esclarecer o vaticínio citado: Há 34 anos, num sábado, estava almoçando e recebi um telefonema de uma cidade vizinha a Araras, de um filha dizendo que seu pai tivera sintomas do que intuí era um derrame cerebral.
Sete dias de trabalhos e no sábado seguinte fui comunicado que recobrara os sentidos, mas estava morrendo.
Corri ao hospital vi o neurologista fazendo o impossível, a família no quarto chorando e ao me aproximar do cliente, com o mesmo sorriso nos lábios que sempre tenho, ele me disse, com voz embargada: "Tire estes urubús daqui! " Referia se à família e dizia que não precisavam chorar, pois viveram felizes fazendo o que fora possível fazer, nunca deixando de lutar para conseguir.
A família se sentiu mais confortada e fui fazer o atestado de óbito no posto de enfermagem.
No sábado seguinte novo telefonema, quadro idêntico: no outro sábado o cliente volta à consciência e desesperado pede para não morrer, aperta me a mão desesperado, "pois não tinha vivido", só criara caso, distímico que era.
A família estava fora do quarto conversando como seria o velório.
Ao dar a notícia do óbito, a esposa ensaiou um chorinho, que mais parecia um samba cançao de alívio.
Saí para fazer o atestado de óbito e "tcham tcham tcham! ": ambos tinham o mesmo nome, a mesma idade, vinham da mesma cidade, morreram em conseqüência de arteriosclerose, que ocasionou o acidente vascular cerebral hemorrágico.
Mudei minha vida e escrevi a aliteração.
Quero pensar como o primeiro cliente, ao morrer: saber que tentei sempre.
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