Eu sabia que era preciso tempo.
Cada perda tem sua hora de acabar, cada morto seu prazo de partir, e não depende muito da vontade da gente.
Há gente que, em vez de destruir, constrói; em lugar de invejar, presenteia; em vez de envenenar, embeleza; em lugar de dilacerar, reúne e agrega.
Mais tarde eu saberia que certas experiências se partilham até mesmo sem palavras – só com gente da mesma raça.
O que não significa nem cor, nem formato de olho, nem tipo de cabelo, mas o indefinível parentesco da alma.
Que a gente se divirta sem se matar, que ame sem se contaminar, que aprenda sem se enganar, que viva sem se vender.
Vamos nos acostumar a viver na estranheza, na esquisitice, protegendo nos como podemos de atos, fatos e idéias bizzaros.
A quatro mãos escrevemos o roteiro para o palco de meu tempo: o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados, nem sempre nos levamos a sério.
As pessoas são responsáveis e inocentes em relação ao que acontece com elas, sendo autoras de boa parte de suas escolhas e omissões.