Eu fiz a dor como a minha amiga, como a legítima amiga, que anda comigo para lá e para cá, ela senta ao meu lado na escola e me faz escrever esse texto.
Talvez eu goste da dor e a minha amiga diz que não concorda.
É, ela tem razão, nenhuma pessoa em sã consciência gosta muito da dor.
Eu tenho o meu lado cruel mas também eu tenho um lado de menina, de ingênua e de mimada.
Basta você saber lidar com esses lados.
Eu queria é sonhar, aceitar a vida do jeito que é.
Perco minhas forças em cada silêncio, em cada briga comprada ou em cada sonho destruído como se um caminhão atropelasse tudo e restaria apenas lembranças, lembranças de uma vida tão sonhada que acaba por aí.
Mas então, já que estou com você, Garotinho.
Você está comigo.
E eu ainda deixo a vida ser como ela é.
Eu continuei escrevendo textos e mais textos sobre a partida do falecido.
De tanto que eu amava blablábla.
E não adiantou nada, ele não voltou, eu apelei feio e fim de uma relação bonitinha que havia ainda.
Queria ter um sentimento forte agora, que não me importasse com esse momento que é tão difícil para mim.
Vejo que os meus amores são os mais dramáticos, estranhos e complicados de todos, e acho que no fundo, eu queria ser mais leve, não queria amar tanto e nem dar meu coração numa bandeja para qualquer um.