É fim de tarde moço, pôr do sol bonito.
Carrega me nos olhos pra ficar longe da frustração, me leva de novo pro azul, antes que o sol se ponha vermelho.
Agora, por favor, inventa outra cor para este coração que teima em ser magenta.
Inventa
Aposte em você.
Jogue as cartas da felicidade todos os dias.
Encare.
Não prolongue amargura no coração, tempere a angústia com ternura, saboreie a vida na bandeja, não engula incertezas e vomite quando a dor latejar.
Eu sei lá, deveria existir algum tipo de água sanitária, capaz de desinfetar a memória e higienizar as paredes da emoção.
Depois de bem limpinhas, a gente lustrava e, plim, a paz voltaria a reinar.
Mas, por Deus, como é que se limpa um coração
O outono escorregadio nos olhos de quem espera flores.
Inverno quase quente.
As folhas se soltam como numa leve partida.
E se desprendem.
Feito pensamento.
Feito alegria oca.
E explodem depois da frieza de Agosto.
Na delicadeza chamada primavera
"Muitas vezes fiquei no escuro, na penumbra do meu eu.
Enquanto acendia uma vela pra fazer uma prece, alguma lâmpada mágica no meu peito clareava tudo outra vez.
Era Deus, eu pensava, sempre foi e sempre será." (Ju Fuzetto)