José Saramago

o senso comum é demasiado comum para ser senso.
(O homem duplicado)

o que sucede é que tudo me cansa e aborrece, esta maldita rotina, esta repetição, este marcar passo.
Distraia se, homem, distrair se sempre foi o melhor remédio.
Dê me licença que lhe diga que distrair se é o remédio de quem não precisa dele (O homem duplicado)

A única e autêntica liberdade do ser humano é a do espírito, de um espírito não contaminado por crenças irracionais e por superstições talvez poéticas em algum caso, mas que deformam a percepção da realidade e deveriam ofender a razão mais elementar

" é bem certo que as palavras nunca estão à altura da grandeza dos momentos."

Não se percebeu ainda que o instinto serve melhor aos animais do que a razão serve ao homem.

Só se nos detivermos a pensar nas pequenas coisas chegaremos a compreender as grandes.

Nunca terá sido perdido o dia em que fomos contemplados, ao menos, com um bom conselho.

Deixar que o tempo passe, que as coisas amadureçam.
E se tiver de ser, será, e se não tiver de ser, não será, acabou.

Nada começa que não tenha de acabar, tudo o que começa nasce do que acabou.

Nós somos manipulados, enganados, desde que nascemos!

Os momentos perfeitos, sobretudo quando raiam o sublime, têm o gravíssimo contra da sua curta duração, o que, por óbvio, dispensaria ser mencionado se não fosse a circunstância de existir uma contrariedade maior, que é não sabermos o que fazer depois.

Porque ainda está para nascer o primeiro homem desprovido daquela segunda pele a que chamamos egoísmo, muito mais dura que a primeira, que a tudo sangra.

Só num mundo de cegos as coisas serão o que verdadeiramente são.

( ) não há no mundo nada que em sentido absoluto nos pertença.

as resposta não vem sempre que são precisas