Existo!
Existo sem vislumbrar sentido;
Convicto de algo mais ter, merecer;
Meu eco não anima o meu querer;
Algo carece meu, ser devido.
Amor nutro o espírito fraternal;
Anima, sustenta este meu lenho;
Me falta o que me move o engenho;
Refreado este meu lado animal.
Pária dor, me tenho em abundância;
Em falta a dor, retornante, voraz;
Do calor que gela e me não apraz;
Do viver que sinto repugnância.
Querer não evita esta ansiedade;
Me possui, implacável e me dói;
Necessito do mal, que me destrói;
Que meu não será, só por vontade.