Sinto o aconchego sublime de tuas asas sobre mim.
Tu és anjo, não há como negar, tens me levado ao céu por diversas vezes.
Quero dizer te que talvez não seja eu a merecedora de teus olhos apaixonados, mesmo assim, agradeço por ter agraciado os meus ao ler teu amor inventado, desdobrado nessa lauda.
Hoje, ao deparar me com tuas tão singelas linhas, uma súbita felicidade fez meu coração perder o ritmo de costume.
Eu esperava apreensiva por isso.
Ao ler agora, tua instigante carta, questiono me do quanto sou ingênua, pois nunca notei tua presença.
Sei que há tempos tu me sondas e de longe ama em silêncio, assim mesmo tu me disse.
Os meus olhos dormentes exalavam o medo de amar novamente.
Eu somente existia e não me era válido crer que alguém pudesse amar me, assim como tu me amas.