noto que a palavra "amigo" tem se distanciado cada vez mais de todos os significados nos quais eu a encaixava.
ultimamente, ela tem se tornado mais um desses termos que são sinônimos de tanta coisa, mas não fazem parte de nosso vocabulário ou cotidiano.
que não fazem parte de nada.
tenho me arrastado na vida feito sacola plástica boiando no leito de um rio.
volta e meia, encontro correnteza bruta que me sacode e tira dessa falsa calmaria.
e não há quem me recolha de tamanho alvoroço, sigo sendo rebocado pelas águas e fazendo parte da poluição.
REGRA DE TRÊS
multiplico meu amor pela minha insegurança para descobrir o tamanho do seu.
divido me em partes desiguais e noto que o maior de mim sempre te pertenceu.
termino e descubro o resultado: o sentimento que habita teu peito jamais chegou aos pés do que habita o meu.
desculpa eu estar aparecendo assim, do nada, na sua frente; semana passada ouvi sua mãe dizer que você tem “mania de tudo que vê, quer”.
é que eu não suporto gente atrevida.
e, ironicamente, esta é uma de minhas características mais notáveis: ser um pouco insolente.