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Jessica Ferreira

Mas é que por vezes, não procuro a verdadeira poesia em pessoas.
Sou feita de lugares, me reencontro em situações que sempre estão aqui, dentro de mim.
Encanto me com o som dos pássaros mesmo que não combinem com o meu estado de espírito.
Sou tocada profundamente pelo cheiro do sentimento que deixa muito mais do que teu perfume, mas a sede de um mistério que eu não pretendo desvendar.
Que me vem suavizando com toda sua pureza e se faz tão, mas tão natural.
Ando com uma séria culpa de plágio de mim mesma.
Vejo a, poesia, em metades, aparentando ser chicle, quando na verdade, não é.
É como se tudo fosse uma obra não completa de meu próprio ser.
Acompanho me, então, do meu jeito torto.
Entendem É muito mais escasso de ter a sensação de ser privilegiado ao enxergar a cor do vento que se faz natureza.
Sinto me lisonjeada ao enxergar as mudanças que ocorrem quando uma folha cai ao chão por sua mudança.
E se pararmos pra pensar, elas evoluem muito mais que nós.
Só por ter um prazo pra crescer.
Deixo me ser tão dependente das flores que transbordam carinho Entrego me tão facilmente ao que me parece ser dócil, que me esqueço de que sou o sentimento.
E que ele, não se estampa assim, na capa.
Mas só digo por sempre ter crescido com ele e o mostrado a quem imaginava que fosse como eu.
Então por vezes, não procuro a verdadeira poesia em pessoas Não me forço a escrever sem a mesma, não me reconcilio com meu reflexo no espelho apenas para o meu próprio agrado.
Porque ainda sim, vejo que a verdadeira parte daquilo que matamos, se apresenta nos detalhes das coisas mais naturais que possam existir.
Mesmo sabendo que a mesma que possui a delicadeza de uma leve chuva, se torna canivete de uma ação humana.
É que me esqueço de me perdoar, pois também sou humana.
Mas olha, ainda sim, se torna bem maior do que o que se esconde acima dos céus.
É bem mais colorido do que as asas das borboletas que transparecem a liberdade tão invejável de acompanhar situações de longe.
É bem mais conseqüente do que os tsunamis que possam nos invadir.
Falta te, me falta, falta nos.
Falta nos a verdadeira poesia, cidadão.
Um dia você acorda e percebe que o que há dentro de ti, se faz um verdadeiro furacão.
E que palavras, não alimentam mais a sede que traz a ausência do que antes, parecia não lhe importar.
Acorde, jovem! Mudaram se os mundos.
Mudaram se os caminhos que circulavam ao nosso redor.
Falta te a vontade de olhar as estrelas e saber que cada uma tem teu significado apenas por se habitar ali.
Falta me, flor, sua fragrância admirável que merecia ultrapassar todas as estações.
Hoje, falta ao mundo, à resistência daqueles que lutam até o último segundo por mais um dia de vida.
Mas, o que mais nos falta, é aquilo que absolutamente poucos presentes ainda sentem: A suavidade do verdadeiro valor que hoje se apagaram, por nós.
Enxerga o inabitável lugar que nos tiraram a inspiração do que nos faz sentir vivos.
Desculpe me, mas eu ainda sim, acredito na inspiração que o sentimento traz a nós.
Porque tê la é como ganhar o brilho do Luar que espelha a grandeza de ter um ombro amigo: o Sol.
E ele, resplandecendo e soltando palavras assim, se o fazendo em mim.