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Ivone Boechat

Como conviver com o idoso
1 Nunca pergunte a um idoso: qual é o segredo de viver tanto assim Porque a pessoa não vai lhe convencer ou vai dizer que não sabe a resposta.
Quem vai adivinhar como se vive anos e anos, com tanta virose, corrupção, mentira, tapeação, bala perdida, exploração ruindade!
2 Nunca telefone ou visite um idoso entre 12:00h e 16:00h.
TODO idoso gosta de descansar nesse período sagrado.
3 Jamais conte um problema ao idoso.
Ele vai poder ajudar Também não seja o problema do idoso: é covardia.
Ele não vai ter como se defender.
4 Nunca interfira na decisão do idoso: se ele decidiu ser enterrado ou cremado.
Não fique reclamando do preço da cremação, do túmulo..Nem fique agourando e perguntando o que a família deve escrever por cima do túmulo.
5 Nunca diga ao idoso: essa história você já me contou dez vezes.
Diga a ele que a história é interessante e o ajude a resumi la.
Ele vai entender que a história é conhecida!
6 Não estimule o idoso a se lembrar de um fato que lhe cause sofrimento.
Desvie sempre a tristeza para o lado bom de tudo.
7 Não explore a disponibilidade do idoso, lembre se que ele já trabalhou muito e hoje não tem mais resistência, saúde e vigor para tomar conta de problemas e cachorros dos outros.
Deixe em paz o cartão bancário com o pagamento da minguadíssima aposentadoria.
Vai à luta!
8 Mude o canal da TV quando o assunto é desgraça!
9 Ao visitar o idoso, leve algo que lhe faça bem à saúde: boa conversa, estímulos, boas notícias palavras cruzadas, linha para crochê uma fruta que ele possa consumir um livro.
Nas festas de aniversário e Natal, seja criativo! Chega de tanto pijama e chinelo.
10 Lembre se: a pessoa idosa tem todo direito à felicidade e não vai ser você que vai atormentar os derradeiros dias da vida de ninguém.
Exercite a gratidão, o perdão, a solidariedade e chega de despejar lixos de traumas, tristezas antigas e carências na caçamba que a vida cismou de colocar na porta de quem lutou tanto para resistir às intempéries.

Não faltam professores no Brasil.
O Brasil tem as melhores faculdades de educação, elas têm conceito bom perante os olhos do órgão que as avaliam.
Transbordam especialistas.
Se abrissem inscrições para ingresso de professores, em todo o território nacional, ao mesmo tempo, apareceria um milhão de mestres para serem contratados: mas e o salário Ufa! Milhares de professores desistiriam das promessas centenárias de valorização da profissão e da carreira e virariam as costas para a política pública, iam preferir a privada.
Alunos não desistem de estudar, eles são empurrados para o lado de fora, porque ainda há escolas que não aprenderam a fazer um projeto pedagógico que implante o respeito às diferentes formas de aprender; não respeitam inteligências e caducaram a metodologia de “avaliar”.
Confundiu se currículo com cubículo, onde fazem uma fila desvairada à procura de um prato de sopa de letrinhas.
Não faltam livros, estão lá, impressos e distribuídos para quem quiser.
Pior é que se os brasileirinhos e brasileirões quiserem ler um conto de José de Alencar, de Machado de Assis ou conhecer as poesias de Cecília Meirelles, de Augusto dos Anjos ou qualquer outro, vão ter que pesquisar nos brechós.
É inegável que há escolas fazendo um belíssimo trabalho! Elas fazem, às próprias custas, o milagre da ressurreição do arquivo fantástico que esse Brasil possui.
As crianças não desistiram de brincar de roda, de jogar peteca, de pular amarelinha e nem rejeitam a história dos três porquinhos (tremenda aula de administração) do patinho feio (aula de socialização) ou da branca de neve (aula de tudo): elas precisam das histórias.
A ficção educa tanto quanto a realidade.
A criança passa a vida toda procurando o valor de x.
Na verdade, o que ela quer mesmo é encontrar o valor dela, o valor da vida.
O Brasil não é um país pobre, é a 8ª economia do mundo.
Dados indicam que o Brasil investe 4,3% do PIB em educação.
E como ensinou D.
João VI, o Brasil aplica 6,7 vezes mais no ensino superior do que em nível básico.
Segundo o Sing Sistema Nacional de Informações Sobre o Gasto Social: Educação Infantil 0,4%, Ensino Fundamental 2,5%, Ensino Médio 0,5% e Ensino Superior 0,9%.
Avaliações internacionais de que o Brasil participa, como o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), organizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), colocam o Brasil entre os últimos classificados em Leitura e Interpretação de Textos, Matemática e Ciências.
Numa amostra de 57 países O Brasil ficou em 53º lugar.
Numa escala de zero a 6, a média obtida pelo País em 2009 equivale ao nível 2 em leitura, 1 em ciências e 1 em matemática.
Feliz Dia do professor! Não desista!