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Iasmin Flor

Hoje cada pedaço meu, espalhado por esse chão frio e cinzento, se empenha em prestar a despedida que você merece.
Com toda força que me resta no peito, tento não chorar.
Com todo brilho que me cerca os olhos, tento não escurecer.
Com toda certeza que vive no meu coração, tento não deixar se apagar em mim a fé de que nossas almas nunca irão se separar.
Conto com a sorte e com a ajuda do tempo para não desabar.
Do vento doce que sopra forte nessa tarde de verão, rasgando o corredor.
Oras com sol, oras debaixo de chuva fina.
Ele segue cortante, com gosto de adeus e cheiro de saudade.
Para afastar de você toda e qualquer dor.
Fazendo por mim o imenso favor de levar até seu novo ninho o meu mais sincero carinho.
Meu amor.
Prometo todos os dias cuidar de você e de mim.
Seguir forte e fiel a minha verdade, como você ensinou.
Levando sua essência no peito, na mente, no olhar e onde mais puder levar.
Recordando seu melhor sorriso, seu melhor humor.
Revivendo os nossos dias mais divertidos e o quanto você lutou.
Propagando o legado que você deixou.
Valorizando, amando e ecoando aos meus sete ventos cada nota da sua voz serena que ficou gravada em mim.
Prometo sempre sintonizar você.
Não deixar o nosso amor morrer.
Enquanto continuo a caminhar de espinha reta e pés no chão, me escorando sem medo, no amor de todos aqueles que você deixou aqui, busco recriar um sentido para a vida sem você.
Sem ansiedade de ver a dor me deixar, sigo tropeçando, lutando.
Aprendendo.
E mesmo que eu esteja, ainda, preso a todo sofrimento que vive o ser humano ao perder alguém com sua importância, tenho fé de que essa despedida não se assinará com um adeus, mas com um até breve.
E eu, certamente, estarei com você.
Viverei com você.
Quantas vezes mais Deus permitir.

Eu nunca imaginei que um dia deixaríamos de ser inimigos.
Não depois de tudo que dissemos um para o outro.
Não depois de tudo que tiramos um do outro.
Mas ouso dizer que, mesmo lá no fundo do peito, perdido, eu sempre desconfiei do nosso potencial de aprender sobre o mundo, sozinhos.
Autodidatas do amor, com ideias opostas e determinação a protestar valores.
Fomos ao lixo quando nos separamos, em busca da nossa essência e tudo mais aquilo que nos foi arrancado durante os anos que vivemos juntos.
Até nos reencontrar.
Até sermos capazes de entender que fomos feitos para outros, e não um para o outro.
Até nos curar.
Hoje, quando olho seus olhos, vejo tudo aquilo que morava no olhar do cara que ganhou meu coração anos atrás.
Você tem o seu brilho de volta.
E isso é lindo de ver.
Saber que eu não destruí você.
Saber que tudo que vivemos nos ajudou a chegar onde estamos hoje.
No momento de vida que sempre quisemos estar.
Com pessoas que nos completam e amores que nos realizam.
Explorando todo sentido contido na semântica de respeito.
Aprendendo na prática todo aquele ditado de que amor não morre, mas se transforma.
Tudo muda quando chega o fim.
O toque não arrepia mais o pelo e o cheiro quando invade não implora mais um beijo.
Mas o coração, valente, ainda pede paz.
Reconhece.
Sobre espaço, empatia e verdade, hoje posso dizer que a gente dá aula.
Aula de volta por cima.
De como curar feridas, abrir o coração e ressuscitar uma amizade.
Aula de reciprocidade e vontade de não perder de vista quem tanto nos ajudou a crescer.