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Gustavo Lacombe

Vinha sofrido de histórias passadas.
Daquelas que tinham marcado a alma e gravado a decepção tão forte na cabeça que não acreditava ser possível encontrar alguém para sorrir assim tão abertamente.
Para sorrir de verdade novamente.
Passei a crer – de pés juntos e cabeça baixa – que o Amor continuaria me reservando uma faceta ruim e que estava sempre fadado a fracassar.
O Amor nunca fracassa, aprendi.
Aos que acabam transformando o no peito durante a relação, certamente ele acaba em um sentimento diferente.
Aos que provam de alguma traição, há sempre o Amor na possibilidade do perdão – mesmo que se decida não olhar mais na cara da pessoa.
Aos que se desiludem, o Amor acaba retornando fantasiado de uma nova oportunidade.
E assim foi comigo.
Teu Carinho, por fim, se tornou o meu melhor amigo.
Algo que me esquenta nos dias de inverno e que me faz sorrir mais largo nos dias de Sol.
Daqueles que tece clichês no pé do ouvido e surpresas nos dias mais rotineiros.
Sem dúvida levarei para sempre as cicatrizes que, por ensinamento da Vida, não preciso esconder, mas a cicatrização do meu peito vem diretamente ligada à tua presença comigo.
Se não fosse por você, eu estaria sozinho.
O mais engraçado é que, durante um certo tempo, eu lutei contra tudo isso que nascia em mim.
Você vai se lembrar das negativas, dos arroubos de lágrimas e das brigas que tinha quando você insistia.
Essa história de “quero te fazer feliz” não colava.
Hoje eu sei que você entrou na minha história para me fazer bem mais que feliz.
Você apareceu pra me re ensinar a viver.
A gratidão acontece nos meus beijos, nos meus abraços.
Me desculpa se, às vezes, eu cobro algo, se eu tenho ciúme, se eu acabo me excedendo.
Ainda carrego um resto de medo, mas a cada dia a confiança vem aumentando.
A cada dia você devolve o brilho; meu e da vida.
E vejo que estamos dando certo.
O Amor nunca fracassa, isso é certo.
Ele apenas espera para se entregar de novo.
Quando a recíproca for verdadeira.

Não será todo dia que eu vou te fazer feliz, e não prometo que nunca te farei chorar.
Só espero que ria comigo quando eu estiver alegre, e encontre em mim um ombro quando estiver triste.
Serei teu príncipe, teu companheiro, teu amante, teu amigo.
Errando em alguns momentos, sim, mas sempre com a clara intenção de acertar.
Você disse que tinha me perdoado.
Você disse que tinha esquecido, passado uma borracha.
Disse que me aceitava de volta, que tentaria numa boa.
Que a confiança, ainda que abalada, poderia ser recuperada.
Mesmo com uma certa indiferença, podia pensar em nós dois de novo.
Poder podia.
Só que de cinco em cinco minutos você joga na minha cara que eu te sacaneei.
Você olha pra mim com aquela cara de quem tem um asco, nojo, algo que te afasta.
Fico eu tentando te mostrar o quanto estou arrependido e o quanto aprendi que palavras não fazem o menor sentido e diferença.
É preciso agir, fazer, demonstrar que se está diferente.
Não dá.
Nada dá.
Me deu o perdão, mas esqueceu de avisar isso pro seu próprio coração.
Diz que ainda ama, que ainda quer.
Faz elogios e lembra mais uma monte de coisas boas.
Só que, aí, joga aquele "mas" no fim de tudo que foi dito e coloca reticências.
Não precisa falar nada.
Não se force a tal ponto.
Tá tudo bem.
Quer dizer, não está.
Cheguei a acreditar que teria outra chance, mas perdi a única que tive.
É assim.
Nem sempre os perdões vem acompanhados de novas possibilidades para um amor que erra.
Principalmente para um amor que erra.
É simples.
Nem sempre quando alguma coisa quebra a gente faz questão de consertar.
Ou pode até tentar, mas algo não encaixa mais.
Você tinha dito, tinha sorrido e tinha me abraçado.
Eu achei que estava perdoado.
E estava mesmo.
Estou perdoado, eu sei.
Seu amor é que já tinha me escapado pelas mãos.

TEXTO::
NOVO ANTIGO AMOR
Chegou ainda tirando a poeira do ombro.
Poderia fazer outros trocadilhos como cheirando a naftalina, direto do túnel do tempo ou outros mais infames ainda.
Mas o que realmente importa nessa história toda é que ele voltou.
Me procurou, pediu licença e se instalou no mesmo lugar que antes havido sido dele.
E não é que tenha sido preciso eu deixá lo voltar.
Todo esse processo é feito junto.
Ele tocou a campainha.
Eu abri a porta.
Claro que é preciso enterrar muita coisa.
Não sou de tapar os olhos pro que vi, mas sei que é desnecessário perguntar por onde é que ele andou, o que fez ou que viveu.
Nesse meio tempo, o relógio correu tanto pra ele quanto pra mim.
Vou dizer que fiquei de braços cruzados esperando Estou querendo enganar a quem A gente rabiscou amor por cima disso tudo e seguiu a vida.
Como era de se esperar, nem tudo está no lugar.
Mas vai ficar! Sim! Por exemplo, confiança – algo que eu julgava não existir mais – se renovou, mas sei o quanto cada um precisa provar pro outro.
O que ficou mal resolvido, e eu sei que todo término tem, vai virar força.
Nunca deixei que se tornasse mágoa e não vai será agora, apostando que pode dar certo, que vou me levar por um pensamento traiçoeiro assim.
Olhos nos olhos, é assim que ele me trata.
É assim que eu sempre quis ser tratada.
Ele amadureceu.
Talvez seja cedo pra dizer que mudou, mas se não tivesse percebido nada diferente não teria dado uma outra chance.
Pode ser que eu esteja numa posição muito cômoda, mas sei o quanto também terei de me doar pra fazer acontecer.
Acho que o primeiro passo foi dado.
Eu acredito no amor.
No nosso.
Que sejamos felizes.
Que tudo que precisa ser provado de ambos os lados seja pelo sentimento que renasceu.
Que me traga sorrisos, que lhe dê coisas boas pra se lembrar e querer viver mais um dia comigo.
Que nos faça, acima de tudo, bem.
Que a gente caiba no melhor pra sempre que houver.

DE MUDANÇA
Decidi que vou me mudar.
Mudar de ares.
Sem medo e sem receio de deixar memórias e/ou pessoas pra trás.
O que deles for verdadeiro, me acompanhará, eu sei.
Se tiver que manter qualquer coisa à distância, sei que conseguirei.
Entretanto, às vezes é preciso se libertar.
É necessário cortar o cordão umbilical, mesmo que se deixe sentimentos órfãos do lado de lá.
Estou correndo de aventura.
Ao contrário, quero é achar um lugar para fixar residência e laços.
Pode ser que eu bata em vinte municípios e cidadelas antes de conseguir me atrelar definitivamente.
Ouço as propostas, não me prendo aos quereres, exceto o meu de ter angariado forças ao longo dos últimos tempos e ter chegado a essa conclusão.
Diria brilhante, não fosse comum.
É apenas uma decisão.
Pretendo contar lá em casa quando for a hora certa.
Sei o pânico que vai gerar nos meus pais eu sair da asa deles.
O que, na verdade, é um tanto engraçado visto que moro sozinho há três anos e já pago minha contas, dou um jeito na minha comida e, principalmente, de ter roupas limpas.
Apesar da mamãe reclamar do jeito que a Ana passa minhas blusas, ela já admitiu – uma única vez – que eu tenho me saído bem nessa tarefa.
Decidi mudar não por ter poucos amigos ou chances.
Nem ao menos por ter enjoado do lugar onde moro.
É que, aqui e do jeito como as coisas estão, eu sei exatamente como chegar e estacionar na minha zona de conforto.
E antes que você aponte um dedo pra mim dizendo que é só sair dela, olhe para si mesmo e me diga se você também não se sente tentado a encostar nesse lugarzinho tão confortável.
É normal, acredite.
Se nada der certo, eu volto.
Não tenho vergonha de dizer que até voltar a dividir um teto com meus pais eu voltaria.
Cara, não é retrocesso, mas a gente nunca sabe como será o dia de amanhã.
Todas as possibilidades precisam ser analisadas.
Boa sorte, vai dizer meu pai.
Talvez seja pelo fato dele ter saído da cidade dele e ter parado onde moramos agora.
Ele sabe bem como é isso de querer trilhar a própria estrada.
Eu vou encarnar meu desejo e achar meu caminho.
E vou achar.