Gisele Mesquita

Tem dias em que sinto
Já acordo balançada
Lembranças apertam meu peito
A saudade me leva na estrada
Cheiro de terra molhada
Prosa na cozinha
Comida de fogão de lenha
Truco, quitanda e café na xicrinha.
É vento na gameleira
O gado que canta na madrugada
Barulho de rio
O gado na estrada
Cavalo trotando
Sobe poeira

Muitas vezes sinto
Saudades da vida do campo
Desce pelos olhos/ em forma de pranto
Leite ao pé da vaca/ pesca no anzol
Horta no capricho/ cavalgada ao pôr do sol
Banho de cachoeira
Canto de cigarra
Bota e chapéu
Café, pão de queijo/ Broa e mel
Moda de viola
Estrelas pintadas no céu
Toca o berrante seu moço
Pra galera agitar
Gente bonita chegando
A festa vai começar

O tempo corre por trilhos desconhecidos, por caminhos que não somos capazes de estabelecer.
Levados pelas mãos do destino, ou pelas mãos de Deus

Sinto sua falta a todo momento
Você pediu pra dar um tempo
Já faz um tempo
Não paro de pensar em você
Finjo que sigo e não consigo te esquecer
Como pode dizer/ que o pra sempre se foi
Que nada é mais como antes/ não existe nós dois
Fazendo novas escolhas/ tudo vai melhorar
E o final da história/ a gente pode mudar
Mas eu sei você também ainda pensa em nós
Se paro tudo até escuto a sua voz
Pega o telefone, chama o meu nome
E diz que não consegue viver longe de mim

Você chegou/ sem o cavalo branco
Não era loiro/ não tinha os olhos azuis
Me encantou/ me fez a sua princesa
Desenhei meus dias/ em um castelo de papel
Mas derrepente alguma coisa mudou
O príncipe encantado sapo virou
O encanto chegou ao fim
Algo se quebrou dentro de mim
Guardo nossa história no jardim das lembranças
Hoje eu quero mais que um conto de infância
Quero amor de verdade
Carinho e cumplicidade