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Giandra Meyne

E noite de luar
Bom para tambor tocar
A liberdade exalando no ar
O agradecimento aos orixas
Todos a comemorar
Festejando a força
que a natureza nos dá
Vamos todos nós deitar
Deixar a consciência elevar
Mais quando se silencia
Alguma coisa está no ar
Lembro dos gritos
Laços a nos segurar
Acordar em um porão
Medo,confusão
Ao redor vários irmão
Mesma pele, diferentes vidas
Reis e rainhas
Mães e suas crias
A luz não podia se enxerga
E no balanço das águas grandes
Chegamos lá
Alguns desencarnaram no tráfego
Sem ritos ou crenças
Apenas o mar pra velar
A mãe escravidão veio nos recepcionar
De donos da terra
Apenas o espírito forte veio a ficar
Povo marcado,vendido e leiloado
Lágrimas de sangue
Ninguém nos viu derramar
A herança da fé para amenizar
Filhos vendidos
Troncos,fome,dor
Quantos sofrimentos
A senzala abafou
Na fuga a esperança
As vezes resistência
Quilombos e fé
Outras em um tronco frio
Capitão do mato e chibata
Escravizados pela cor
Libertos pela alma
O mesmo que adorava Cristo
Crucificava o irmão
Sem imaginar que a minha cor
Ele também carregou
Sem nunca entender do amor
Que ele pregou
A macumba
um instrumento de canção
Os depachos
Matavam a fome dos nossos irmãos
Demonizaram nossa religião
Os batuques e pontos
Ainda entoam a canção
O preto velho do banquinho
Seu cachimbo vem purificar
Salve a tua sabedoria
Salve sua força
A vovo da senzala
Preta velha guerreira
Que o aroma do café
Aproxime sua força
Salve a força maior
Hoje em Aruanda
A pele já não sangra
Traga sua luz a nós
Fortalece seus filhos
Que a tua benevolência
Guie meu espírito.