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Gerson De Rodrigues

Poema 1 Reis 19:3 4
Sinfonias tristes
vagam pelo universo
como as lágrimas nos olhos
daqueles que sofrem em silencio
Acolhida pelas trevas
e renegada pelos deuses
Lilith havia sido amaldiçoada
com um abismo em seu coração
A sua vida
era como uma alegoria ao suicídio
Enforcava se na escuridão
todas as vezes
que não conseguia encontrar
a luz das estrelas
Sentindo se
sozinha em um mundo
do qual não escolheu viver
Trancafiada nos cárceres privados
da sua própria mente
era assombrada pelos mais terríveis demônios
As paredes do seu quarto
jorravam o sangue
das suas tentativas de suicídio
Embora as suas lágrimas
clamassem pela salvação
daquele terrível abismo
A sua essência
banhava se na escuridão
Em seus olhos habitavam
o desejo de dilacerar os seus punhos
enquanto afogava se em uma banheira
repleta de sangue e lágrimas
Mas em seu coração
haviam as chamas negras de uma fênix
que renascia a cada segundo
Então ela se enforcava
em seus sonhos sublimes
Deitava se na cama
com os olhos fechados
imaginando se dependurada
enquanto matava as suas dores
E ao abrir os olhos
repletos de lágrimas
havia renascido mais uma vez
As feridas em seu peito
espalhavam se como um câncer
Gritos ensurdecedores emanavam
das janelas daquele quarto hostil
– Já tive o bastante, Senhor!
matem me sem nenhum perdão!
pois não estão matando uma alma inocente
apenas crucificando as suas dores
Mas quem poderia escutá la
quem poderia salvá la
Não se pode salvar uma alma
que sorri para o abismo
e se banha em seu próprio sangue
Gritando aos deuses
ela sorriu pela ultima vez
enquanto as suas angustias
tornavam se sinfonias tristes
A vagar pelo universo
como as lágrimas nos olhos
daqueles que sofrem em silencio
Gerson De Rodrigues