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Genésio Cavalcanti

E QUANDO O TEMPO
Insofismavelmente, o tempo chegará.
Chegará da mesma forma que nos foi dado um dia o privilégio se sermos contemplados com o milagre da vida.
Muitas vezes o tempo passa tão depressa que nem percebemos que ele passou mais depressa que nós.
Significa dizer que, se o tempo passou depressa demais, é porque a vida é curta.
E assim, num piscar de olhos quando paramos pra analisar nossas vidas, temos a sensação de não a termos vivido na sua plenitude.
Porque o corpo físico já começa a dar sinais de velhice.
Os cabelos começam a envelhecer de forma que todas às vezes que os penteamos, vamos diagnosticando cada vez mais, mais cabelos brancos.
As rugas, vão aos poucos, se apoderando da pele lisa, brilhosa dos nossos rostos.
Nossas mãos começam a ficarem enrugadas.
Começam também as dores nas articulações.
São os chamados problemas da idade, em que as metamorfoses do corpo começam a nos incomodar.
No homem, o hormônio da testosterona, começa a dar sinais de que alguma coisa não anda bem e já não funciona com a mesma potencialidade.
Nas mulheres, em dado momento, os hormônios ficam desorientados é quando a mulher percebe que perdeu o período certo da ovulação.
Aí, perguntamos a nós mesmos, e agora Agora pode ser tarde demais pois, a velhice já se encontra alojada dentro de nós.
O que certamente minimizará a culpa das nossas vaidades é se durante esse período, no plano terrestre, tivermos plantado a semente do amor.
E, sobretudo, se o amor não foi desperdiçado ao longo do tempo, com leviandades, então haverá uma razão contundente para que vivamos os restos dos nossos dias com mais coragem e determinação para enfrentarmos os desafios que a velhice proporciona.

MAIS UM CONTO DE AMOR
Foi no meio de um convívio feliz e duradouro que, desde que me entendo por gente e, permanentemente vi e senti o amor se propagar nas suas mais belas demonstrações.
Pouquíssimas vezes vi meus pais discordarem aliás, eu diria até que foram feitos um para o outro.
Se assemelhavam em tudo.
Qualquer pessoa por mais estranha que fosse à nossa família, poderia perceber que naquele relacionamento havia uma coisa mais forte que um laço de uma simples união.
E assim foram durante toda suas vidas, companheiros inseparáveis.
Mesmo com tantos filhos e muitas dificuldades nunca se desentendiam.
Apoiavam se mutuamente.
Praticamente, tinham os mesmo gostos pra culinária, artes cênicas, cinema, política e principalmente música.
E, quando alguma coisa não andava bem, discutiam moderadamente o bem comum.
Uma coisa que sempre me admirou neles, foi a forma como liam o pensamento um do outro, como se houvesse uma telepatia.
E não eram raras às vezes
Praticamente os amigos eram os mesmos amigos de sempre.
Na nossa casa, liberdade de expressão sempre era o 'prato do dia'.
Lembro me de que cada filho expressava à larga mesa seus sonhos, suas convicções.
E o posicionamento dos meus pais era sempre de ouvir todos com o mesmo carinho acolhedor, com a mesma atenção.
E quando discordavam porventura do pensamento exposto daquele filho, orientava e aconselhava da maneira mais sensata possível.
Assim fomos todos bem criados, cada qual com sua opinião própria.
Meus pais sempre foram justos, honestos, trabalhadores.
Tudo sempre era divido entre os filhos na mesma proporção.
Nos finais de semana, quando podíamos degustar do bolo saboroso que minha mãe fazia, observava meu pai reparti lo em onze partes iguais.
Éramos servidos por eles em uma única e repentina rodada horas depois ainda mastigávamos o sabor tão repentinamente degustado.
E sempre com o mesmo amor, a mesma alegria!