Às vezes incomodamos muitas vezes os outros quando pensamos nunca poder incomodá los.
O que perturba o reconhecimento dos serviços que prestámos, é que o orgulho daquele que os presta e o orgulho de quem os recebe, não podem acertar no preço do serviço.
De todos os nossos defeitos, aquele que admitimos mais facilmente é a preguiça: persuadimo nos de que se parece com todas as virtudes tranquilas e que, sem destruir inteiramente as outras, apenas lhes suspende as funções.
A clemência, que passa por ser uma virtude, é, umas vezes, um acto de vaidade, outras, de preguiça, muitas, resultado do medo, mas é quase sempre a combinação dos três.
Nada deveria humilhar mais os homens que mereceram grandes louvores, que a preocupação em se fazer valer por pequenas coisas.
A prudência e o amor não são feitos um para o outro.À medida que cresce o amor, deminui a prudência.
A prudência é tida como uma grande virtude.No entanto, não nos protege.
Não basta ter boas qualidades, é preciso poupá las.
A saúde da alma não é menos vulnerável que a do corpo; e por muito afastados das paixões que nos julguemos, não corremos menor risco de nos deixar envolver nelas, que de adoecer quando estamos bem.
Como podemos nós pretender que os outros guardem os nossos segredos se nós próprios não os conseguimos guardar
A natureza parece ter escondido no fundo do nosso espírito talentos e habilidades que desconhecemos; só as paixões conseguem trazê las à superfície, e dar nos às vezes ideias mais acertadas e concretas que a arte não saberia fazer.
A timidez é um defeito que é perigoso repreender nas pessoas que pretendemos corrigir.
Se a vaidade não destrói completamente as virtudes, pelo menos abala as todas.
A vaidade dos outros nos é insuportável, pois ofende a nossa.
A perspicácia parece ter um dom de adivinhar que lisonjeia mais a nossa vaidade que todas as outras qualidades do espírito.
