O desejo de ser lamentado ou admirado, constitui muitas vezes a maior parte da nossa confiança.
A glória dos homens deve ser sempre medida pelos meios de que lançaram mão para conquistá la.
Por vezes, requer tanta habilidade saber aproveitar um bom conselho, como saber aconselhar se a si mesmo.
Os velhos se comprazem em dar bons conselhos quando já não podemdar maus exemplos.
É mais por orgulho que por falta de luzes que nos opomos com tanta teimosia às opiniões mais correntes; como os primeiros lugares no bom partido já estão ocupados, também não queremos os últimos.
As nossas acções parecem resultar de bons ou de maus auspícios, aos quais se deve uma grande parte dos louvores e das críticas que se lhes atribui.
Ê quase sempre culpa de quem ama não se aperceber quando deixa de ser amado.
Há várias espécies de curiosidade: uma, que nos vem do interesse, leva nos a querer aprender o que nos pode ser útil, e a outra, que nos vem do orgulho, leva nos a querer saber o que os outros ignoram.
Se nós não tivéssemos defeitos, não teríamos tanto prazer em notá los nos outros.
A humildade é a verdadeira prova das virtudes cristãs: sem ela conservamos todos os nossos defeitos, que apenas permanecem encobertos pelo orgulho que os esconde dos outros e, muitas vezes, de nós mesmos.
Há pessoas tão levianas e tão frívolas, que estão tão longe de ter verdadeiros defeitos como de sólidas qualidades.
Se não tivéssemos tantos defeitos, não nos agradaria tanto notá los nos outros.
Somente os grandes homens tem direito de possuir grandes defeitos.
A felicidade e a desgraça dos homens dependem em partes iguais da sua disposição de espírito e da fortuna.
Há pessoas a quem os defeitos assentam bem e outras que caem em desgraça apesar das suas boas qualidades.
