Há pessoas que têm o dom de inspirar me uma fulminante simpatia à primeira vista quase sempre aliás, injustificada.
O ar não é silencioso O vento não faz barulho E que é o vento senão ar A música é o silêncio em movimento.
O meu ritmo é esse.
O diabo é que acabo deixando também a mente solta, a vagar pelo espaço.
E minha imaginação rola com as ondas na areia de Ipanema, e se perde na distância azul do mar.
Vou escrever alguma coisa que não sei o que seja, justamente para ficar sabendo.
E que só eu posso me dizer, mais ninguém
Tudo que sentia era saudade da sua presença.
Chegava tarde da noite, encontrava a casa às escuras.
Era obrigado a atravessar silenciosamente a sala e subir para o quarto, resistindo à tentação de bater à sua porta sob o pretexto de saber se por caso ela ainda estaria acordada.
Já me disseram que sou bom de chegada e ruim de saída.
Devo reconhecer que é verdade.
Mas a culpa não é minha.
Não sei se ela entendeu.
Isabel já não me entendia, nem eu a ela: era um mistério para mim.
Eu não sabia se ela havia mudado, ou se eu é que ia me tornando outro homem.