Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor.
Como as outras, ridículas
Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores,
E Deus amar nos á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar nos á verdor na sua primavera,
E um rio aonde ir ter quando acabemos!
Dorme sobre meu seio,
Sem mágoa nem amor
No teu olhar eu leio
O íntimo torpor
De quem conhece o nada ser
De vida e gozo e dor.
O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos.
O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão.