Hoje, minha escrita não se traduz, são letras amigas, desencontradas; reticências perdidas, acanhadas; virgulas à deriva, solitárias; ponto final magoado em busca do texto que não se faz.
Não sou todo tempo grosseira
Também tenho surtos de delicadeza
Que não me deixam ser tão ruim quanto parece
Vivias de mão em mão,
Feito água benta.
Abençoando corpos entristecidos
De almas perdidas e bolsos vazios
Corações pungentes
Lágrimas inexistentes
Vida só
Só solidão