A complacência com os criminosos sempre foi motivada pelos interesses eleitorais.
Mas, é preciso que se diga, ela não vem só dos políticos.
Passou a ser propagada também por certos movimentos sociais atuantes nas favelas.
Eles acabam sendo um obstáculo ao trabalho dos policiais.
No caso particular da participação do Exército Brasileiro, é indiscutível que ficará marcada para sempre sua presença como braço forte e mão amiga desde os primeiros momentos que precederam o resgate do Complexo do Alemão, logo após as operações na Vila Cruzeiro.
A maior contribuição que a sociedade poderia dar no combate ao crime é não abdicar do próprio juízo em favor de ideologias excêntricas, que pretendem fazer crer que criminoso e vítima possuem o mesmo status de cidadania.
A experiência mostra que a maioria dos que trajam o uniforme oficial e portam uma arma de fogo não sabe lidar com o poder que isso traz e acabam tirando proveito da farda para obter vantagens pessoais.
Se a gente quer construir um serviço público melhor, um país melhor, a palavra que não pode nos abandonar, seja o servidor de que nível for, de que poder for, é responsabilidade.
Ora, se entendemos que é fácil ressocializar e perdoar assassinos sem que eles passem um dia sequer na cadeia, por que não perdoar um policial que pagou pelo seu erro
A decisão de tomar o Alemão naquele momento foi para aproveitar o tiro no pé que o narcotráfico deu em si mesmo.
Havia muito risco, mas não havia volta: ou agíamos ou as coisas poderiam se tornar piores, e teríamos um quadro semelhante a de guerra civil nas avaliações de risco e medo.