"Agora sei: sou só.
Eu e minha liberdade que não sei usar.
Grande responsabilidade da solidão.
Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama”.
( em “Água viva”.
Rio de Janeiro: Rocco, 2009.)
A esperança também não tem número.
Perder uma coisa é inefável: nunca sei onde as coloquei.
Ser é de um provisório impalpável.
Juro que preciso de soluções.
Não posso ficar assim completamente no ar.
Abro o jogo! Só não conto os fatos de minha vida: sou secreta por natureza.
Há verdades que nem a Deus eu contei.
E nem a mim mesma.
Sou um segredo fechado a sete chaves.
Por favor me poupem.
Não sei o que fazer da aterradora liberdade que pode me destruir.
Mas enquanto eu estava presa, estava contente ou havia, e havia, aquela coisa sonsa e inquieta em minha feliz rotina de ser prisioneira
in A Paixão segundo GH pág 13
Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias.
Estou escrevendo porque não sei o que fazer de mim.
Quer dizer: não sei o que fazer com meu espírito.
O corpo informa muito.
a vida está me doendo, e não sei como falar a realidade é delicada demais, só a realidade é delicada, minha irrealidade e minha imaginação são mais pesadas.