VIDA MARGINAL
Os passos são trôpegos, o caminhar bambaleante
Os pensamentos corroem mais que a fome,
a única certeza eles prometeram que teria.
Será que esqueceram Será que nada sobrou
Eles sonham em acumular mais um pouco
Eu me realizo com as migalhas que sobram.
Eles dizem que vivem, mas as vezes até se suicidam.
Eu sobrevivo e me encanto com a chuva na rua.
Com o por do sol na curva do rio.
Eles vivem sem pensar em nada
Eu vivo a pensar em tudo.
A vida do rico, do pobre, do são ou do doente
Vejo tudo, e me emociono.
A caridade vem.
A comida chega por hora
Sinto os corações baterem.
O meu segue inerte dentro do peito
Eles dizem estar felizes naquele momento
Eu sou feliz sempre, estou perto de tudo
Nada tenho, mas tudo é meu por alguns momentos.