Querida mãe, querido pai, não sei mais conviver com as pessoas.
Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão.
Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como “eu gosto de você”.
Eu te amo.
Ela sorriu, tímida.
Você me ama
Não.
Respondeu ele sorrindo.
Todos os que amo vão embora.
Eu não suportaria te ver partir.
Eu te amo.
Mesmo negando.
Mesmo deixando você ir.
Mesmo não te pedindo pra ficar.
Mesmo estando longe, eu te amo.
E amo mesmo.
Eu não quero um “eu te amo” iguais aos demais, eu quero um “eu te escolhi em meio de tantas para estar ao meu lado”, isso bastaria.
Não estou disposta a sofrer, desculpa.
Eu te amo, mas eu tenho que ir.
Eu tenho sonhos, mas não agora.
Um beijo.
Até um dia.
( ) Agora durma.
O dia amanhã será cheio.
Eu te amo.
Mesmo negando.
Mesmo deixando você ir.
Mesmo não te pedindo pra ficar.
Mesmo não olhando mais nos teus olhos.
Mesmo não ouvindo a tua voz.
Mesmo não fazendo mais parte dos teus dias.
Mesmo estando longe, eu te amo.
E amo mesmo.
Mesmo não sabendo amar.