CONTO REAL
No virgem coração da pequenina
ele jurou morar a vida inteira;
mas na sua inconstância masculina,
cresceu, casou se e ela ficou solteira.
Diante de qualquer berço ela se inclina;
desiludida na afeição primeira,
seu amor a ninguém mais se destina;
só aquela afeição foi verdadeira.
Quando um sobrinho pequerrucho e lindo,
hoje lhe pede entre chorando e rindo:
"Conte uma história, tia, conte aquela.
.
."
Ela repete qual se um conto fora:
"Era uma vez uma menina loura "
E ninguém sabe que essa história é a dela.