Houve, e só depois, o tempo da alegria ao enxergar o mundo como o mais absoluto e sucessivo milagre: fogo, terra, água, ar e o impiedoso tempo.
Foi um amor imenso, sem escolha, autoritário.
Meu coração escolheu sem me auscultar.
E o amor instalou se, repentino como susto.
Faltava me garfo para lutar contra a paixão, e amei com desgrenhadas medidas.
Exige se longo tempo e paciência para enterrar uma ausência.
Aquele que se foi ocupa todos os vazios.
Como água, também a ausência não permite o vácuo.
Ela se instala mesmo entre as pausas das palavras.
Mentir a si mesmo é uma formula para aliviar se.
E não há contra prejuízo ao enganar se.
O pecado sobrevive dentro do pecador.
Cada mentira é mais outra fantasia
Sou frágil o suficiente para uma palavra me machucar, como sou forte o bastante para uma palavra me ressuscitar.
A mão do amor roçava meu corpo mansa como a melancolia afrouxando me inteiro.
Eu me entregava, sem reservas, com paixão e desmedo.
Sumir dentro de meu amor, perder me em sua respiração, encarnar me em sua carne, ser o sonho de meu amor, era tudo que eu mais pensava.
Ao amar, desvendei a serventia do corpo para além de guardar a alma imortal.
( ) No amor, meu corpo delatou a presença da alma que veio morar na superfície de minha pele