Sou a favor da música autêntica, sincera, espontânea.
Daquela que significa algo para você só no momento em que você a escreve, e daquela que transforma algo dentro de você.
Sou a favor daquelas músicas que você escuta pela primeira vez e não curte muito.
Escuta outra vez e não consegue entender o que as pessoas gostam nela.
Continua ouvindo e quando se dá conta já tem ela no seu iPod.
E também sou a favor daquelas que conquistam logo de primeira.
Sou a favor daquelas músicas meio alternativas, que ninguém mais ouve, mas que você (e só você) percebe a genialidade nelas.
Sou a favor de padrões musicais complexos, impopulares, feitos para deliciar ouvidos treinados e confundir ouvidos medíocres.
Mas também sou a favor da simplicidade da música.
Da música minimalista, crua, singela e bucólica.
Que toca você pela essência, pelas emoções, ou só pela batida.
Sou a favor da música que mexe com o corpo.
Da música que dá prazer, que excita, que anima, que te faz perder o controle.
E sou a favor da música que mexe com a alma, que te faz passar da euforia para a melancolia num mero acorde.
Sou a favor das melodias infantis.
Sou a favor da música erudita.
Sou a favor das batidas alucinantes.
Sou a favor da música comercial, porque o que vende é o que as pessoas têm ouvido, e as pessoas ouvem o que toca.
Sou a favor da música que toca.
Sou a favor da boa música, embora boa música signifique uma coisa diferente para cada um.
Sou a favor da música que expressa.
E é por isso que eu entendo atos de quebrar ou até queimar instrumentos musicais no palco, mesmo com dor no coração.
É por isso que entendo as crises de choro, e de riso, e os sussurros, e os gemidos, e os berros de um artista autêntico se apresentando.
A música expressa.
A música mexe.
A música toca.