SOB O OLHAR DO GATO PRETO
A tarde se despeja, fastiosa sob um céu turvo
Sinto a presença do gato preto.
Não o vi ainda, mas
trás presságios de má sorte.
Sei.
Me encurvo
Ante os olhos da morte.
fria, risonha e aldaz!
E quando a lua imensa toma o céu de loucuras
Ele passeia pelo assoalho de mármore branco
É o antever de todo o despejar do mar de agruras
Fecho os olhos.
Luar de sangue, dor e pranto.
E o que me trás, gato preto À que então, veio
Vieste de ceifar as almas do mar do norte.
Sim!
Vais embora logo.
Não o quero ver.
Bicho feio!
Mas até quando fugirei da presença do maldito!
Abro meus olhos.
Ei lo: Quieto, negro e tenebroso.
Apaga se então, a última estrela do infinito.