Mentir não é só dizer aquilo que não é.
É também, e sobretudo, dizer mais do que aquilo que é e, no que diz respeito ao coração humano, dizer mais do que se sente.
O movimento revolucionário, no final do século XIX e no começo do XX, viveu como os primeiros cristãos, à espera do fim do mundo e da Parusia do Cristo proletário.
Sabiam agora que, se há qualquer coisa que se pode desejar sempre e obter algumas vezes, essa qualquer coisa é a ternura humana.
Essa tristeza era também sua e o aperto que sentia no coração nesse momento era a imensa cólera que surge no homem diante da dor que todos os homens compartilham.