As palavras fugiram.
Fiquei em estado letal, durante o dia todo, olhando a chuva fina que caia em minha vidraça, sorrateira, me lembrou de sua lágrima e do nosso beijo me lembrou de coisas que quero esquecer.
Hoje eu senti o desejo latente de morrer; queria arrancar a minha pele, aos gritos, cobrar a justiça por ter sido interrompida brutalmente enquanto lhe transmitia amor.
Eu nunca tinha amado; tinha medo de amar e me transformar numa vilã frustrada, dolorida e triste.
O vazio ainda insiste por dentro, como se após você, a minha história passou a ser contada de forma diferente.
Viver deve ser assim expor ao sol, a carne viva, apontando onde dói e porque dói, caso me omita diante de minha exclusiva necessidade de ser eu mesma, estarei morta, sem motor combustor, que não enxerga, que não contesta, que não ouve, porque não quero sentir.
O corpo de uma mulher é um santuário, que deve ser explorado com respeito por seus desejos.
Meu Senhor, Adriana Vargas
Agora estou livre do que me prendia no passado
Uma nova mulher surgindo dentro de mim
Está sorrindo Está em paz está Feliz!
Eu olho para ela e vejo que sou eu!
Sou eu como antes
Sou eu voltando
Sou eu mesma
De volta para mim.