Eu,
que sempre quis
no sorriso de cada esquina,
me apaixonar em uma porta de bar.
Nunca encontrei essa paixão.
Com meus olhos abertos
tudo era temporário,
menos a solidão.
Para o que precisar,
para o que quiser guardar,
para o que quiser gritar,
ou quiser calar,
por mais que seja trágico,
ainda tem um amor socrático.
Eu poderia suportar,
embora não sem dor,
que tivessem morrido
todos os meu amigos.
Mas enlouqueceria,
se morresse
o meu amor.
As noites em
solidão,
cheias de paixão.
Os vestígios tem
cheiro,
do amor eterno.
Aos poucos
vem a morte de quem eu amo
e a felicidade de quem eu desprezo.
Um beijo
que não seja de despedida,
para termos tempo de olhar,
entender,
observar
e nunca esquecer
de conjugar os verbos,
amar e aprender.
Nos passos da vida,
eu colhi
os espinhos que plantei.
Meu corpo
falha em andar,
minhas pernas
não possuem respostas
para me cativar.
No cansaço dos passos
de pés ensanguentados,
eu tenho desistido
dos passos que dei.
Só tornamos
os melhores pensamentos possíveis,
quando sustentamos
algumas pequenas e singelas loucuras.
Meu corpo marcado
pela tua lembrança
que ainda sinto.
O único beijo
que roubou meu folego,
em um perfeito abraço,
entrelaçando nossos corpos
nos tornando um.