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Paulo Coelho

O vaso de porcelana e a rosa
O Grande Mestre e o Guardião dividiam a administração de um mosteiro zen.
Certo dia, o Guardião morreu e foi preciso substituí lo.
O Grande Mestre reuniu todos os discípulos para escolher quem teria a honra de trabalhar diretamente ao seu lado.
Vou apresentar um problema – disse o Grande Mestre.
– E aquele que o resolver primeiro, será o novo Guardião do templo.
Terminado o seu curtíssimo discurso, colocou um banquinho no centro da sala.
Em cima estava um vaso de porcelana caríssimo, com uma rosa vermelha a enfeitá lo.
Eis o problema – disse o Grande Mestre.
Os discípulos contemplavam, perplexos, o que viam: os desenhos sofisticados e raros da porcelana, a frescura e a elegância da flor.
O que representava aquilo O que fazer Qual seria o enigma
Depois de alguns minutos, um dos discípulos levantou se, olhou o mestre e os alunos a sua volta.
Depois, caminhou resolutamente até o vaso, e atirou o no chão, destruíndo o.
Você é o novo Guardião – disse o Grande Mestre para o aluno.
Assim que ele voltou ao seu lugar, explicou:
Eu fui bem claro: disse que vocês estavam diante de um problema.
Não importa quão belo e fascinante seja, um problema tem que ser eliminado.
“Um problema é um problema; pode ser um vaso de porcelana muito raro, um lindo amor que já não faz mais sentido, um caminho que precisa ser abandonado – mas que insistimos em percorrê lo porque nos traz conforto”.
“Só existe uma maneira de lidar com um problema: atacando o de frente”.
Nessas horas, não se pode ter piedade, nem ser tentado pelo lado fascinante que qualquer conflito carrega consigo”.

Um sujeito encontra um velho amigo que vive tentando acertar na vida, sem resultado.
"Vou ter que dar uns trocados para ele", pensa.
Acontece que, naquela noite, descobre que seu velho amigo esta rico, e veio pagar todas as dividas que havia contraído no decorrer dos anos.
Vão até um bar que costumavam freqüentar juntos, e ele paga a bebida de todos.
Quando lhe indagam a razão de tanto êxito, responde que até dias atrás estava vivendo o Outro.
O que é o Outro perguntam.
O Outro é aquele que me ensinaram a ser, mas que não sou eu.
O Outro acredita que a obrigação do homem é passar a vida inteira pensando em como juntar dinheiro para não morrer de fome quando ficar velho.
Tanto pensa, e tanto faz planos, que só descobre que está vivo quando seus dias na Terra estão quase terminando.
Mas aí é tarde demais.
E você, quem é
Eu sou o que qualquer um de nós é, se escutar seu coração.
Uma pessoa que se deslumbra diante do mistério da vida, que está aberta aos milagres, que sente alegria e entusiasmo pelo que faz.
Só que o Outro, com medo de decepcionar se, não me deixava agir.
Mas existe sofrimento dizem as pessoas no bar.
Existem derrotas.
Mas ninguém escapa delas.
Por isso, é melhor perder alguns combates na luta por seus sonhos que ser derrotado sem sequer saber porque você está lutando.
Só isto perguntam as pessoas no bar.
Sim.
Quando descobri isto, acordei decidido a ser o que realmente sempre desejei.
O Outro ficou ali, no meu quarto, me olhando, mas não o deixei mais entrar embora tenha procurado me assustar algumas vezes, me alertando para os riscos de não pensar no futuro.
"A partir do momento em que expulsei o Outro da minha vida, a energia Divina operou seus milagres."