O QUE FAZER
QUANDO a dor de ter perdido um
amor no passado reflecte se
no presente
QUANDO o beijo perde o seu
sabor
QUANDO a alma esfria e
coração fica desnebriado
de amor
QUANDO o caminho que
percursamos para
açambarcarmos os nossos
objectivos está revestido de
mentes desumanas com os
corpos cingidos de impureza
olhares incrédulos e línguas
falsas
QUANDO descobrimos que
os sonhos e desejos
maravilhosos adornados
de forma exagereda
pelo programa utópico
da nossa consciência,
não é a mesma coisa
que a realidade
QUANDO não se ouve a voz
dos humildes
QUANDO os pobres têm o
"silêncio" como a única
arma para sobrivivência
ao invés do "pão"
QUANDO são guiados pelo
espírito do "silêncio"
compulsivo, ao invés
do espírito revolução
espírito da não aceitação
da gerência
gorvernamental
QUANDO o pobre descarrega
a vontade acoplada
de gritar, contestar,
reivindicar,
mudar determinadas
situações, ser reconhecido
como "pessoa", no brotar
de uma lágrima salgada
QUANDO até as paredes
depois de construidas
clamam pela ausência
de tintas
QUANDO até os insectos
sentem o calor da pobreza
O QUE FAZER QUANDO já
não há nada a fazer
QUANDO o "fazer" já não se
faz sentido
QUANDO não fazemos por
intermédio do medo de morrer
EU poderei desfazer o feito
e seguir o rumo dos
grandes poetas e arquictetos.
Emanuel da gama.