Tempo!
Tempo que não é muito meu amigo,
Estou com um pouco de medo.
Justo hoje perdi um dos sentidos,
Visão conturbada não me impediu de te olhar.
Olhar o seu sorriso níveo perfeito,
Olhar o teu corpo que eu ousaria me perder,
Olhar a brutalidade do teu jeito
E observar que por um tempo será só eu e você.
Tempo injusto, porque lhe falta paciência
O que lhe fiz para tão rápido se esvair
Me despeço da ignorância perfeita,
Deixo a estupidez mais afago se ir.
Ir para os braços de quem chegou primeiro,
Ir para o colo aconchegante de outrem,
Ir procurar carícias em outro seio,
Chegar a garantir que eu sou ninguém.
Tempo determinado se passa,
Tuas mãos a minha pele procuram,
Caio no feitiço da tua graça,
Quem se importa, horas e minutos nos punam.