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Martha Medeiros

Aí Tem
As coisas são como são.
Se alguém diz que está calmo, é porque está calmo.
Se alguém diz que te ama, é porque te ama.
Se alguém diz que não vai poder sair à noite porque precisa estudar, está explicado.
Mas a gente não escuta só as palavras: a gente ouve também os sinais.
Ele telefonou na hora que disse que ia ligar, mas estava frio como um iglu.
Você falava, falava, e ele quieto, monossilábico.
Até que você o coloca contra a parede: "O que é que está havendo ".
"Nada, tô na minha, só isso." Só isso Aí tem.
Ele telefonou na hora que disse que ia ligar, mas estava exaltado demais.
Não parava de tagarelar.
Um entusiasmo fora do comum.
Você pergunta à queima roupa: "Que alegria é essa " "Ué, tô feliz, só isso".
Só isso Aí tem.
Os tais sinais.
Ansiedade fora de hora, mudez estranha, olhar perdido, mudança no jeito de se vestir, olheiras e bocejos de quem dormiu pouco à noite: aí tem.
Somos doutoras em traduzir gestos, silêncios e atitudes incomuns.
Se ele está calado demais, é porque está pensando na melhor maneira de nos dar uma má notícia.
Se está esfuziante demais, é porque andou rolando novidades que você não está sabendo.
Se ele está carinhoso demais, é porque não quer que você perceba que está com a cabeça em outra.
Se manda flores, é porque está querendo que a gente facilite alguma coisa pra ele.
Se vai viajar com os amigos, é porque não nos ama mais.
Se parou de fumar, é uma promessa que ele não contou pra você.
Enfim, o cara não pode respirar diferente que aí tem.
Às vezes não tem.
O cara pode estar calado porque leu um troço que mexeu com ele, ou está falando muito porque o time dele venceu.
Pode estar mais carinhoso porque conversou sobre isso na terapia e pode estar mais produzido porque teve um aumento de salário.
Por que tudo o que eles fazem tem que ser um recado pra gente
É uma generalização, mas as mulheres costumam ser mais inseguras que os homens no quesito relacionamento.
Qualquer mudança de rota nos deixa em estado de alerta, qualquer outra mulher que cruze o caminho dele pode ser uma concorrente, qualquer rispidez não justificada pode ser um cartão amarelo.
O que ele diz importa menos do que sua conduta.
Pobres homens.
Se não estão babando por nós, se tiram o dia para meditar ou para assistir um jogo de vôlei na tevê sem avisar com duas semanas de antecedência, danou se: aí tem.

VELHOS AMIGOS, NOVOS AMIGOS
Quem é seu melhor amigo(a) Deixe ver se adivinho: estuda na mesma escola ou cursinho, tem a mesma idade (talvez um ano a mais ou a menos), freqüenta o mesmo clube ou a mesma praia.
Se errei, foi por pouco.
Não é vidência: minha melhor amiga também foi minha colega tanto na escola quanto na faculdade e nascemos no mesmo ano.
São amizades extremamente salutares, pois podemos dividir com eles angústias e alegrias próprias do momento que se está vivendo.
Mas fique esperto.
Fechar a porta para pessoas diferentes de você é sinal de inteligência precária.
Durante a adolescência, é vital repartir nossas experiências com pessoas que pensem como nós e que tenham o mesmo pique: é importante sentir se incluído num grupo, de pertencer a uma turma.
Perde se, no entanto, o convívio com pessoas de outras idades e de outros "planetas", que muito poderiam lapidar a nossa visão de mundo.
Entre iguais, tudo é igual.
A vida ganha movimento é na diferença.
Se você é rato de biblioteca, iria se divertir ouvindo as histórias contadas por um alpinista experiente.
Se você tem muita grana, ficaria surpreso em saber como dá duro o cara que trabalha de
dia para poder estudar à noite e o quanto ele precisa economizar para tomar dois chopes no sábado.
Se você curte música, seria bacana conversar com quem curte teatro.
Se você é derrotista, seria uma boa bater um papo com quem já sofreu de verdade.
Você, que se acha uma velha aos 27 anos, iria se divertir muito com os relatos de uma cinquentona irada.
E você, beirando os 60, se surpreenderia com a maturidade de um garoto de 18.
Para os de meia idade, nada melhor do que ter amigos nos dois extremos: da garotada que lhe arrasta para dançar até aqueles que estão numa marcha mais lenta, que já viveram de tudo e de tudo podem falar.
A cabeça da gente comporta rafting e música lírica, videoclipes e dança flamenca, ficar com alguém por uma noite e ficar para sempre.
É importante cultivar afinidades, mas as desafinações ensinam bastante.
No mínimo, nos fazem dar boas risadas.
Vale amizade com executivo e com office boy, com solteiros e casados, meninas e mulheraços, gente que torce para outro time e vota em outro partido.
Vale sempre que houver troca.
Vale inclusive pai e mãe.