Amizade (d)e infância
Amizade não tem que começar quando criança,
mas quando quer que comece, tem que ser com confiança
Tem muitas amizades que começam na infância
com brincadeiras de roda,
giz de cera espalhados pelo chão,
pique pega, pular corda,
jogar peteca, brincar de boneca
e nos acompanham
enquanto tentamos crescer.
Tem amigo que a gente lembra
do quanto conseguíamos ser radicais:
apostando corridas perigosíssimas
de velotrol em nossos quintais.
Tem amigo que a gente lembra
de quando aprendeu andar de bicicleta
de quando levou tombo de patins
e desistiu do skate que não deu certo.
Tem coisa que é a cara da infância,
como comer bolo de chocolate
e se lambuzar.
Beber bastante refrigerante para ver
quem consegue o alfabeto arrotar.
Tem também aquele momento,
de sair correndo pelo asfalto,
tropeçar no próprio pé e cair.
Eis o tenso instante de decidir
entre chorar ou rir.
Chorar.
Logo passa.
O choro passa, a dor passa,
a infância vai passando, devagar
Vai passando na memória
a lembrança de quando arqueólogos
queríamos ser
Para encontrar ossos
de dinossauro no jardim,
enquanto estávamos cavando,
na terra a nos sujar.
Em vez de um crânio de t rex,
catávamos minhocas, tatu bolas,
brincávamos com as joaninhas
e depois íamos colher acerola.
As histórias nunca acabam, vão apenas piorando
Vão de um simples joelho ralado
até um coração estilhaçado.
A amizade cresce junto com a gente,
com uma força indescritível
e mesmo que estejam distantes,
os amigos são amigos.
Confessos, travessos,
brincalhões, companheiros,
protetores, bobos, piegas,
bregas ou estilosos, metidos,
modestos, um shake de sentidos,
de sentimentos, de tudo o que vivemos.
Amizade é aquela coisa estranha,
que dá trabalho,
que cansa,
mas é necessária
e sempre traz alegria, esperança,
consolo ou alguma maré boa.
Traz alegria para a vida e conforto para o coração.