Quinze anos! é a idade das primeiras palpitações, a idade dos sonhos, a idade das ilusões amorosas, a idade de Julieta; é a flor, é a vida, e a esperança, o céu azul, o campo verde, o lago tranqüilo, a aurora que rompe, a calhandra que canta, Romeu que desce a escada de seda, o último beijo que as brisas da manhã ouvem e levam, como um eco, ao céu.
Mas o tempo, o tempo caleja a sensibilidade.
Relíquia íntimaIlustríssimo, caro e velho amigo,Saberás que, por um motivo urgente,Na quinta feira, nove do corrente,Preciso muito de falar contigo.E aproveitando o portador te digo,Que nessa ocasião terás presente,A esperada gravura de patenteEm que o Dante regressa do Inimigo.Manda me pois dizer pelo bombeiroSe às três e meia te acharás postadoJunto à porta do Garnier livreiro:Senão, escolhe outro lugar azado;Mas dá logo a resposta ao mensageiro,E continua a crer no teu Machado.
Não há alegria pública que valha uma boa alegria particular.
Guarda estes versos que escrevi chorando,Como um alívio a minha saudade,Como um dever do meu amor; e quandoHouver em ti um eco de saudade,Beija estes versos que escrevi chorando.
Sonharás uns amores de romance, quase impossíveis Digo lhe que faz mal, que é melhor contentar se com a realidade; se ela não é brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir.
Eu creio que a senhora sonha talvez demais.Sonhará uns amores de romance, quase impossíveis Digo lhe que faz mal, que é melhor, muito melhor contentar se com a realidade; se ela não é brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir.