Escrevo da prisão do meu quarto, amarrada pelas cordas do nosso término, meio escrava do passado.
Por mais livre que me sinta sem você aqui, ainda não achei a janela pela qual posso me libertar.
Na verdade, sem você aqui, concluí que liberdade mesmo era poder te ligar na madrugada só pra escutar a sua respiração quebrando o silêncio do outro lado da linha.
Liberdade mesmo era te puxar pra perto, colar nossas testas e, de olhos fechados, selar nosso amor da forma que só a gente sabia.
Liberdade era te chamar de “meu”, assinar como “sua”, me referir a mim e a você como “nós”.
Agora, ainda aguardo o habeas corpus que me tire desse mundo de angústia e saudade.
Ainda aguardo você.