O AMAR (À minha mulher querida.)
Vai, nesse silêncio
Aperto, pausa, incenso
Nas ramas do tempo,
Leve como o canto das aves
Esclarecer, tocar
Abrir a minha voz
A essa estrela
Imersa na eternidade
Como um nó de árvore,
No tronco da árvore
Iluminada e só.
Vai, modifica
A impregna e faz derramar
Não só como essa chama
Nem só como esse luar,
A envolve, e nela planta
Nenhuma estação
(nem mesmo a do âmbar)
Apenas um chamuscar
Que pulsa, toca, dança
Sem sua alma transladar.
Vai, mas deixe a
Pura e linda
A beleza
Que sua sombra tem preenchida
De música
E meus pulmões de ar.
Vai, a essa cripta
Da poesia a escrita
Aquilo que não pode nos deixar
Sem deixar se.
R.
S.
JABIS